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Pai de Joaquim espalha outdoors em busca de acusado

As peças têm foto de Longo, telefones para denúncias e a frase: "Pelo amor de um pai e toda família do menino Joaquim, colabore com informações para que Guilherme Longo seja preso pela crueldade do crime que confessou!"

Pai de Joaquim espalha
 outdoors em busca de acusado
Notícias ao Minuto Brasil

14:27 - 06/10/16 por Folhapress

Justiça São Paulo

Após o técnico em informática Guilherme Raymo Longo confessar em uma entrevista à TV ter matado o enteado, Joaquim Ponte Marques, 3, e desaparecer, o pai do garoto espalhou outdoors em busca de seu paradeiro em quatro cidades paulistas.

O menino desapareceu de casa, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) em 5 de novembro de 2013, e seu corpo foi encontrado cinco dias depois, no rio Pardo, em Barretos (a 423 km de São Paulo). Além de Ribeirão, os outdoors foram colocados em Barretos, São Carlos e Guará e uma página foi criada numa rede social.

As peças têm foto de Longo, telefones para denúncias e a frase: "Pelo amor de um pai e toda família do menino Joaquim, colabore com informações para que Guilherme Longo seja preso pela crueldade do crime que confessou!".

Em entrevista à TV, Longo disse que "não raciocinou direito" e acabou "fazendo besteira". Segundo ele, o garoto foi morto por estrangulamento e, depois, teve o corpo jogado num córrego, que deságua no rio Pardo -e que levou o corpo de Joaquim a mais de 100 quilômetros de Ribeirão.

Segundo o advogado Alexandre Durante, defensor de Artur Paes, pai de Joaquim, a ideia inicial foi do próprio pai do garoto assassinado, e amigos e patrões fizeram campanha para arrecadar fundos para custear a colocação dos outdoors.

Para ele, a confissão de Longo feita à TV não corresponde à realidade e o objetivo do técnico em informática foi "tirar" a mãe de Joaquim, Natalia Ponte, da cena do crime. "A maneira como ele falou que matou o Joaquim não se sustenta em nenhum laudo. Ficou clara a tentativa de tirar a Natalia do crime, de isentá-la de qualquer coisa", afirmou o advogado.

Longo, que está desaparecido desde 23 de setembro, disse na entrevista que matou a criança de forma a "não machucar" Joaquim.

"Eu estrangulei ele... sem... eu não apertei a traqueia dele né, para não machucar. Eu sabia que ia machucar. Simplesmente, é... comprimi a lateral do pescoço dele pra que ele desmaiasse sem dor. Foi rápido. Foi coisa de dois, três segundos [...] E aí ele desmaiou. Eu segurei ele por mais algum período de tempo até ele não esboçar mais reação", disse.

O crime foi cometido, de acordo com ele, a fim de que o relacionamento com a mãe de Joaquim melhorasse. Os dois chegaram a ficar presos. Natalia obteve liberdade dias depois, para aguardar o julgamento em liberdade, enquanto Longo deixou a prisão apenas em fevereiro do ano passado, após dois anos e três meses. Ele conseguiu habeas corpus sob a alegação de excesso de prazo de detenção sem julgamento.

Mas teria de estar em casa antes das 22h, o que não ocorreu desde o sumiço. A Promotoria pediu a revogação da liberdade provisória. A Justiça ainda não decidiu se ele e Natália vão a júri popular.

INSULINA

A versão do Ministério Público Estadual é a de que Longo matou o enteado, que era diabético, com uma alta dosagem de insulina, dentro da casa da família, no Jardim Independência, em Ribeirão.

Após a morte de Joaquim, ainda segundo a Promotoria, Longo jogou o corpo no córrego Tanquinho, localizado a cerca de 200 metros de onde moravam e, de lá, ele teria sido levado até o ribeirão Preto, afluente do rio Pardo.

Exames feitos pelo IML (Instituto Médico Legal) descartaram que o menino tenha morrido afogado, já que não havia água em seus pulmões.

Longo foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Já Natália foi denunciada por suposta omissão. Ela mora em São Joaquim da Barra, na região de Ribeirão Preto, com os pais e um filho, fruto do relacionamento com Longo.

A defesa de Longo já pediu exame nas vísceras do garoto para comprovar se havia superdosagem de insulina. A defesa sempre alegou que não existiam provas contra o técnico em informática.

Segundo especialistas, a insulina é metabolizada rapidamente pelo organismo, e seria difícil a perícia identificar uma superdosagem da substância no corpo do garoto. Com informações da Folhapress.

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