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Imagens inéditas mostram detalhes do julgamento de Elize Matsunaga

'Eu queria falar que eu não queria matar o Marcos. Jamais fiz com crueldade. E se isso... se eu tiver mentido, que Deus me castigue da pior forma possível', diz ré

Imagens inéditas mostram detalhes do julgamento de Elize Matsunaga
Notícias ao Minuto Brasil

13:02 - 24/03/17 por Notícias Ao Minuto

Justiça Júri popular

As imagens feitas pela Justiça durante os sete dias de julgamento de Elize Matsunaga, no final de 2016, revelaram detalhes sobre o julgamento do caso que, até então, não haviam sido divulgadas na imprensa. O julgamento começou no dia 28 de novembro e terminou na madrugada do dia 5 de dezembro. O júri popular condenou a ré por homicídio qualificado e destruição e ocultação de cadáver.

A bacharel em direito foi condenada a 19 anos, 11 meses e um dia de prisão pelo assassinato e esquartejamento do marido e herdeiro da empresa Yoki, Marcos Matsunaga. Atualmente, ela cumpre a pena em Tremembé, no interior de São Paulo.

O vídeo inédito divulgado pelo G1 mostra que Elize se emocionou muito ao responder às perguntas do juiz Adilson Paukoski Simoni, advogados de defesa e jurados.

A ré se recusou apenas a responder às perguntas do Ministério Público (MP) e do assistente da acusação. "Eles não querem saber a verdade", explicou Elize ao se negar a ser interrogada pelo promotor José Carlos Cosenzo e pelo advogado Luiz Flávio D'Urso, contratados pela família de Marcos.

Para a acusação, o crime foi premeditado. Elize teria descoberto traições do marido e queria ficar com o dinheiro dele. Ela confessou o crime, mas disse que agiu sobre forte emoção e que não planejava matar Marcos. Por fim, o júri não aceitou a versão da acusação.

Ele começou a me xingar, ele me deu um tapa (...) Ele tava [sic] vindo em cima de mim. Ele não ficou parado. Eu não sei. Não sei o que ele queria fazer. Eu disparei."

A acusada contou como aconteceu o crime e disse que atirou quando o marido ameaçou tirar a guarda da filha. "Quando ele [Marcos] falou que..., ele falou que ia me internar. Quando ele falou que eu não ia mais ver minha filha (...) Eu não aguentei", explicou. "Eu tava [sic] com medo dele", disse.

Eu queria falar que eu não queria matar o Marcos. Jamais fiz com crueldade. E se isso... se eu tiver mentido, que Deus me castigue da pior forma possível."

A promotoria defendia que Elize esquartejou Marcos ainda vivo, começando pelo pescoço. Os advogados da defesa, Rosello Soglio e Luciano e Juliana Santoro, sustentaram a versão de que a vítima já estava morta quando o corpo foi esquartejado.

Elize disse que começou pelos joelhos e que só fez isso porque não queria ser presa e ficar longe da filha, esta seria a única forma encontrada de se livrar do corpo. "Infelizmente a única forma que eu encontrei foi cortá-lo. Infelizmente", lamentou.

A acusada contou como se tornou garota de programa, como conheceu Marcos e quando descobriu as traições do marido. Por fim, se disse arrependida.

[Estou] muito [arrependida]. Infelizmente eu não posso voltar no tempo. Mas se eu pudesse, eu voltaria."

A defesa de Elize disse ao site que ainda pretende recorrer da decisão à Justiça. "A defesa recorrerá da pena imposta, que não encontra correspondência com a decisão dos jurados. (...) Infelizmente, a defesa não concorda com a sobreposição da vontade do magistrado sobre a decisão soberana dos senhores jurados", explicou Santoro.

Ao mesmo tempo, a defesa discorda do posicionamento do Ministério Público que por ter praticamente perdido o júri, agora quer anular o julgamento, sem fundamento nas provas dos autos. Além de se tratar de um verdadeiro desperdício do dinheiro público."

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