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Defensoria pede acusação individual contra presos em festa de milícia

Entre os detidos, cinco são assistidos pela defensoria pública

Defensoria pede acusação individual contra presos em festa de milícia
Notícias ao Minuto Brasil

15:58 - 27/04/18 por Notícias Ao Minuto

Justiça individualização

Após a decisão da Justiça do Rio de soltar 138 dos 159 presos em uma festa no dia 7 deste mês, a Defensoria Pública do Estado do Rio aguarda agora a individualização das acusações dos outros 21 presos que tiveram a prisão preventiva mantida pela Justiça. As prisões são resultado da Operação Medusa, de combate à milícia no estado. Entre os detidos, cinco são assistidos pela defensoria pública.

O subcoordenador de Defesa Criminal da Defensoria Pública do Rio, Ricardo André Souza afirma que a defesa está prejudicada sem essa individualização. Assim como os que foram soltos, os que permanecem presos não tem anotação criminal e exercem trabalhos lícitos.  

De acordo com o defensor Ricardo Souza, a defesa espera que se defina que tipo de conduta está sendo imputada a esses presos, sem o que toda manifestação da defesa fica prejudicada. "Em princípio o auto de prisão em flagrante falava em constituição de milícia privada e porte compartilhado de armas. Isso é de uma fragilidade absoluta e não por acaso um número expressivo de pessoas foi solta", avaliou.

Três dos assistidos pela defensoria que ainda permanecem presos aparecem em um vídeo no transporte para a Cidade da Polícia, já sob custódia dos policiais, usando o celular. Essa seria a única diferença a que a defensoria teve acesso entre eles e os outros que já foram liberados, embora, pelas imagens, não se possa imputar conduta criminosa. Segundo o defensor, as famílias confirmaram ter recebido ligações deles e essa informação pode ser facilmente checada.

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Pela falta de individualização nos processos, a defensoria não sabe se o Ministério Público dispõe de outras informações que os incriminem. Pelos prazos processuais, o Ministério Público precisa apresentar as denúncias contra os suspeitos nos próximos dias. O defensor Ricardo Souza reforça que a atuação da Defensoria Pública tem sido no sentido de garantir a aplicação da Constituição.

"O fato das pessoas serem primárias e terem nível empregatício formal ou demonstrado que já tiveram carteira assinada em diversos momentos são indícios de que responderão ao processo em liberdade. Essa é a regra. A gente não vai se afastar um milímetro de exigir até o final que a essas pessoas seja garantido o direito de liberdade, enquanto contra elas não houve uma sentença final condenatória com trânsito em julgado, como garante a Constituição", explicou.

O primeiro liberado pela Justiça foi o artista circense Pablo Martins, no ultimo final de semana. Nesta quinta-feira as determinações de soltura dos outros 137 presos começaram a ser cumpridas no Complexo Penitenciário de Gericinó. Outros 23 presos devem ser soltos ainda hoje.

Os 159 homens foram presos em uma festa de pagode, em Santa Cruz durante a Operação Medusa. A festa, com atrações musicais conhecidas e ingressos pagos, havia sido amplamente divulgada. De acordo com a Polícia Civil, houve intenso tiroteio com a chegada dos agentes e os líderes da organização criminosa fugiram do local, deixando armas e munições no lugar. No confronto, quatro milicianos morreram durante a ação. Com informações da Agência Brasil.

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