Polícia holandesa prende 14 em protesto contra centro de refugiados
Até meados de novembro, a Holanda já tinha recebido o número recorde de 54 mil refugiados
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Mundo Holanda
A polícia holandesa deteve 14 manifestantes na sequência de confrontos durante um protesto de centenas de pessoas contra a abertura de centro para refugiados, em
Geldermalsen.
Dois agentes ficaram feridos nos confrontos, quando os manifestantes começaram a atirar pedras, garrafas e fogo de artifício para protestar contra o centro que receberia 1.500 migrantes.
O chefe da polícia distrital Lute Nieuwerth disse que a "atmosfera deteriorou-se" quando um grupo de aprproximadamente 80 pessoas começaram a atacar os polícias chamados ao local. A polícia disparou tiros de aviso para o ar e investiu para dispersar a multidão.
"Estou chocado com estes incidentes violentos", disse Nieuwerth, em conferência de imprensa, esta manhã, na localidade.
Os manifestantes também derrubaram barreiras e tentaram entrar na câmara municipal onde decorria uma reunião sobre a abertura do centro. O encontro foi cancelado e cerca de 300 pessoas foram retiradas em segurança das instalações municipais.
A Europa depara-se com a maior fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, com mais de 800 mil pessoas chegando às suas fronteiras, na maioria dos casos em fuga da guerra na Síria e no Iraque e da fome em África.
A crise dividiu a opinião pública na Holanda, que em meados de novembro já tinha recebido o número recorde de 54 mil requerentes de asilo, devendo receber mais até final deste mês. Este número ultrapassa o último recorde, estabelecido em 1994 no auge do conflito nos Balcãs.
Nos últimos meses, os debates nacional e local sobre como resolver a questão dos refugiados têm subido de tom e muitas vezes terminam em violência. A presidente da câmara de Geldermalsen, Miranda de Vries, denunciou os violentos confrontos de quarta-feira.
"Não interessa que ideia ou proposta está sendo debatida pelo conselho, deveríamos ser capazes de realizar um debate entre todos (...) a violência só nos deixa mais divididos", afirmou.
Todos os 14 detidos são residentes locais, e a polícia pediu a testemunhas que apresentem gravações vídeo para que seja possível identificar instigadores.
"Há alguns limites que não devem ser ultrapassados", disse o vice-ministro da Justiça holandês, Klaas Dijkhogg, que reconheceu tratar-se de uma "questão difícil", de acordo com a televisão holandesa, .