Papa pede fim da pena de morte e que não haja execuções no Ano Santo
"O problema deve se abordado pela lógica de uma justiça penal que está cada vez mais em linha com a dignidade do homem", afirmou o papa Francisco
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Mundo Praça de São Pedro
O Papa Francisco pediu neste domingo(21) que não seja executada nenhuma pena de morte durante a celebração do Jubileu Extraordinário, que decorre até 20 de novembro, e apelou à comunidade internacional para que termine definitivamente com a pena de morte.
"Faço um apelo à consciência dos governantes para que consigam um acordo internacional para abolir a pena de morte. E proponho aos católicos que haja entre eles, para que cumpram um gesto de valentia: que nenhum condenado seja executado durante o Ano Santo da Misericórdia", disse o Pontífice.
Perante os milhares de fiéis que se juntaram na Praça de São Pedro para a habitual oração dominical do Angelus, Francisco defendeu que "também os criminosos gozam do direito inviolável à vida".
Falando da janela do palácio apostólico do Vaticano, Jorge Bergoglio sustentou que "o Jubileu Extraordinário da Misericórdia é uma ocasião propícia para promover no mundo formas mais maduras de respeito pela vida e pela dignidade das pessoas".
Na mesma altura, louvou o congresso que decorre na segunda-feira em Roma, organizado pela comunidade católica e caritativa de Santo Egídio, sob o tema "Por um mundo sem pena de morte", tendo desejado que deem "um renovado impulso aos esforços para abolir a pena de morte".
Na opinião do papa, está crescendo no mundo contemporâneo um sentimento "contra a pena de morte, inclusive como instrumento de legítima defesa social" e assinalou que "as sociedades modernas têm a possibilidade de castigar eficazmente o criminoso sem o privar da oportunidade de se redimir".
"O problema deve se abordado pela lógica de uma justiça penal que está cada vez mais em linha com a dignidade do homem (...). O mandamento 'Não matarás' tem um valor absoluto e diz respeito tanto aos inocentes como aos culpados", sublinhou o papa Francisco.
Concluiu o seu discurso com uma mensagem dirigida a "todo os cristãos e a todos os homens de boa vontade", a quem pediu que trabalhem "não só pela abolição da pena de morte, mas também para melhorar as condições das prisões, em respeito pela dignidade das pessoas privadas de liberdade".