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Netanyahu diz que pressão internacional não vai impedir Israel de invadir Rafah

A expectativa da invasão tem provocado reações até mesmo em seus aliados mais próximos.

Netanyahu diz que pressão internacional não vai impedir Israel de invadir Rafah

Getty Images

Notícias ao Minuto Brasil

11:15 - 17/03/24 por Folhapress

Mundo ISRAEL-CONFLITO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou neste domingo (17) que a pressão internacional não impedirá Israel de lançar uma ofensiva contra Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza onde mais de 1,5 milhão de palestinos se refugiam da guerra, segundo a ONU.

"Nenhuma pressão internacional nos impedirá de alcançar todos os objetivos da guerra" contra o Hamas, declarou, segundo um comunicado de seu gabinete. "Vamos agir em Rafah. Levará algumas semanas, mas acontecerá", acrescentou, durante uma reunião de seu governo.

A expectativa da invasão tem provocado reações até mesmo em seus aliados mais próximos. Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou em entrevista à emissora MSNBC que a abordagem do premiê israelense em relação à guerra "mais prejudicava do que ajudava" e disse que Rafah representava "uma linha vermelha", um limite intransponível à ação de Tel Aviv.

A situação de Rafah é uma das mais delicadas do conflito. Mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza se espremem nessa cidade na fronteira com o Egito que, antes da guerra, era lar de cerca de 280 mil palestinos. Atualmente, esse é o único grande centro urbano de Gaza em que Tel Aviv ainda não adentrou com tropas, embora seja alvo frequente de bombardeios.

"Há 600 mil crianças em Rafah aterrorizadas com o que vem a seguir", afirmou o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no último dia 9. "Desde o deslocamento e a ameaça de bombardeios até a fome e a doença, muitos estão sofrendo o inimaginável, e agora estão presos em um espaço superlotado enquanto a morte se aproxima."

O conflito começou no dia 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou o sul de Israel e matou 1.200 pessoas, a maioria civis. O revide de Tel Aviv, que organizações internacionais consideram desproporcional, inutilizou hospitais em quase todo o território palestino e limitou a chegada de ajuda humanitária, deixando a população à beira da fome.

Para Bibi, como o premiê israelense é chamado, a preocupação com a população civil de Rafah indica que a comunidade internacional se esqueceu dos ataques terroristas do Hamas.
"Aos nossos amigos na comunidade internacional, eu digo: sua memória é tão curta? Vocês esqueceram dos ataques de 7 de outubro tão rapidamente assim, o pior massacre cometido contra judeus desde o Holocausto?", afirmou Netanyahu neste domingo (17), no início da reunião de seu gabinete. "Vocês já estão prontos para negar a Israel o direito de se defender contra os monstros do Hamas?"

Netanyahu também afirmou que retiraria civis de zonas de combate, embora as estratégias de Israel para poupar a população palestina tenham sido ineficazes até agora.

Planos anteriores de retirada de civis anunciados por Israel nas porções norte e central de Gaza incluíam a distribuição de panfletos de aviões afirmando que a população precisava ir para o sul para fugir dos ataques e indicava caminhos supostamente seguros. Mesmo nestas vias assinaladas por Tel Aviv, porém, houve relatos de ataques aéreos que mataram deslocados.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, a guerra já matou até agora 31.645 pessoas e feriu outras 73.676 no território palestino.

O registro subiu pela última vez após bombardeios matarem 61 palestinos na madrugada deste domingo. Entre as vítimas estão 12 membros de uma mesma família, a Thabet, em Deir Al-Balah, no centro do território. Os bombardeios atingiram também a Cidade de Gaza, no norte, e Jan Yunis e Rafah, no sul, segundo testemunhas.

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