A cidade japonesa de Hiroshima assinalou neste sábado (6) o 71.º aniversário da bomba atômica que os Estados Unidos lançaram sobre a cidade com um pedido aos líderes mundiais para seguirem o exemplo do Presidente norte-americano, Barack Obama.

Em maio, o presidente dos Estados Unidos tornou-se o primeiro inquilino da Casa Branca em funções a visitar Hiroshima, onde defendeu "um mundo sem armas nucleares".

A cerimônia de hoje, no Parque da Paz de Hiroshima, começou com um minuto de silêncio às 08:15 locais (20:15 em Brasília), a hora a que a Força Aérea dos Estados Unidos lançaram a bomba sobre a cidade, em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial.

O presidente da câmara da cidade, Kazumi Matsui, pediu depois aos líderes mundiais para fazerem como Obama e visitarem Hiroshima e Nagasaki, e assim "gravarem a realidade dos bombardeamentos atômicos nos seus corações".

Matsui citou parte do discurso do líder americano quando esteve em Hiroshima, no qual pediu aos países com armas nucleares ou potencial para isso para batalharem por "um mundo sem elas".

O autarca defendeu a necessidade de "consolidar a unidade e criar um sistema de segurança baseado na confiança e no diálogo".

Foi ainda lida uma mensagem do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que realçou que "o mundo precisa hoje, mais do que nunca, do espírito dos 'hibakusha'", num momento de aumento das "tensões globais" e quando está sendo difícil avançar para a desnuclearização.

O dispositivo atômico lançado sobre Hiroshima matou de imediato cerca de 80 mil pessoas. O número aumentou para 140 mil no final de 1945 e as vítimas mortais da radiação foram mais do dobro nos anos que se seguiram.