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May: Reino Unido só fecha acordo após garantir termos da relação futura

A fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda está na origem do impasse, já que ambas as partes querem evitar a criação de uma fronteira física

May: Reino Unido só fecha acordo após garantir termos da relação futura
Notícias ao Minuto Brasil

15:35 - 02/07/18 por Lusa

Mundo Brexit

O Reino Unido só vai fechar o acordo para o Brexit após ter garantias sobre as futuras relações comerciais com a União Europeia (UE), afirmou nesta segunda-feira (2) a primeira-ministra britânica, Theresa May, que admitiu ser urgente acelerar as negociações.

Numa declaração aos deputados, ela informou sobre o conteúdo discutido pelo Conselho Europeu que decorreu na semana passada, afirmando que foi dominado pelo tema da imigração, mas disse que a saída do Reino Unido da UE também foi abordada.

"Concordamos todos que devemos agora acelerar e intensificar o ritmo das negociações sobre a nossa relação futura. Avisei os líderes europeus de que não penso que este parlamento aprove um acordo de saída no outono a não ser que exista ao mesmo tempo clareza sobre a nossa futura relação", destacou.

A fronteira entre a Irlanda do Norte, território que faz parte do Reino Unido, e a República da Irlanda, está na origem do impasse, já que ambas as partes querem evitar a criação de uma fronteira física, que ponha em risco o acordo de paz de Belfast, de 1998.

"Mantém-se diferenças substanciais entre as duas partes", admitiu May, que reiterou a rejeição da manutenção da Irlanda do Norte no mercado interno europeu, alegando que tal seria como criar uma "fronteira" daquela região com o resto do país.

May, porém, apelou para UE a considerar as propostas de Londres "com seriedade", acrescentando: "Ambos precisamos de mostrar flexibilidade para construir a relação profunda depois de sairmos, que é do interesse de ambas as populações".

O deputado John Redwood desafiou May a sair sem acordo se Bruxelas não aceitar um pacto que inclua bens e serviços, enquanto que Anna Soubry incentivou a primeira-ministra a acabar com a incerteza e a ter em conta os interesses das empresas.

Theresa May tem vivido divisões dentro do próprio núcleo duro do governo entre adeptos de um 'Brexit' "suave" que garanta o acesso ao mercado único ou união aduaneira e ministros que querem um divórcio mais radical que ofereça maior liberdade para negociar acordos comerciais com países terceiros.

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Um encontro na próxima sexta-feira (6) na casa de campo da primeira-ministra com alguns membros do governo pretende por fim às discussões e chegar a um consenso sobre o modelo que vai ser proposto ao negociador chefe dos 27, Michel Barnier.

Na semana seguinte é esperada a publicação de um Livro Branco onde, segundo May, serão dados maiores detalhes sobre a "forte parceria que o Reino Unido quer ver com a União Europeia no futuro".

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, avisou na semana passada em Bruxelas que é necessário avançar rapidamente para chegar a um acordo antes de outubro, como previsto, mas que ainda existe muito trabalho por fazer.

"Esta é a última chamada para que as cartas sejam colocadas na mesa", avisou, a propósito das negociações para a saída do Reino Unido da UE, que está agendada para 29 de março de 2019, e que deverá seguir um período de aplicação até 31 de dezembro de 2020.

A imprensa britânica noticiou que o governo está trabalhando numa terceira opção que é garantir o movimento de mercadorias entre o Reino Unido e a UE, ao mesmo tempo que evita uma fronteira física entre a Irlanda do Norte a República da Irlanda.

Até agora, tinham sido tornadas públicas duas hipóteses, entre as quais uma parceria aduaneira que implicaria que o Reino Unido aplicasse as tarifas e as regras de origem da UE a todas as mercadorias que chegassem ao país e, em seguida, entregasse aos 27 as devidas taxas dos bens que seguissem para os respectivos mercados.

Esta foi considerada "impraticável" por Bruxelas, enquanto que a outra hipótese, conhecida como "facilitação máxima" ou "max fac", levantou dúvidas por propor aplicar novas tecnologias para eliminar, sempre que possível, a necessidade de inspeções nas alfândegas, reduzindo assim as potenciais demoras nas fronteiras. Com informações da Lusa.

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