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Flávio Bolsonaro tenta usar crise para se afastar de caso Queiroz

Flávio é alvo de investigação sobre "rachadinha" em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

Flávio Bolsonaro tenta usar crise para se afastar de caso Queiroz
Notícias ao Minuto Brasil

12:13 - 14/04/20 por Estadao Conteudo

Política clã

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) tenta aproveitar a pandemia do novo coronavírus para se reposicionar politicamente, avaliam interlocutores e aliados do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Alvo de investigação sobre "rachadinha" em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Flávio passou todo o primeiro ano de mandato em Brasília submerso e até distante publicamente do núcleo familiar para evitar associação com o caso do ex-assessor Fabrício Queiróz.

Com a escalada da covid-19 no País, no entanto, o senador, considerado o mais comedido do clã Bolsonaro, subiu o tom nas redes sociais, encabeçou a defesa contra o isolamento social e passou a marcar presença em reuniões no Palácio do Planalto e entrevistas coletivas. Integrantes do gabinete de crise alegam que ele participa como ouvinte e não tem voz nas decisões do governo.

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O senador também puxou para si a responsabilidade de conversar com parlamentares sobre o posicionamento do presidente em relação ao enfrentamento da covid-19. A ele é atribuída a interlocução com empresários que pedem o fim da quarentena. Procurado pelo Estado, Flávio respondeu, via assessoria, que sua prioridade e a do governo é "devolver tranquilidade à população". "Garantir vidas, empregos e renda é o mais importante. Toda a minha energia está dedicada a encontrar soluções para essa crise."

Flávio também é suspeito de manter relações com o miliciano Adriano Nóbrega, morto em fevereiro na Bahia. A mãe e a mulher do ex-policial militar trabalharam no gabinete de Flávio na Alerj, contratadas por Queiroz.

Para pessoas próximas ao senador, a crise da Saúde evidencia um fortalecimento das relações familiares e do papel de Flávio como conselheiro do presidente. No primeiro ano de governo, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho "02", responsável pelo chamado "gabinete do ódio", que controla as redes sociais do presidente, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) exerceram mais ascendência sobre o pai.

Em uma publicação em 26 de março, Flávio elogiou Carlos, com quem mantém um histórico de desentendimentos políticos e familiares. "Parabéns, Carluxo, por não ficar em casa e trabalhar! Sou testemunha de sua vital importância ao lado do presidente Jair Bolsonaro para vencermos a crise", escreveu.

Família

Em 21 de março, data de aniversário do presidente, Flávio registrou em suas redes os três irmãos juntos enquanto o pai gravava um vídeo anunciando que havia determinado a ampliação da produção de cloroquina no laboratório químico e farmacêutico do Exército. Ainda não há estudos conclusivos sobre a eficácia do medicamento no tratamento da covid-19. O senador passou a defender a volta dos brasileiros ao trabalho, contrariando a determinação de autoridades sanitárias.

Também partiu das redes sociais do filho do presidente o vídeo, encomendado pelo governo, incentivando o fim do isolamento com o mote "O Brasil Não Pode Parar." A Secretaria Especial de Comunicação (Secom) disse que o vídeo foi feito em caráter "experimental", mas não explicou como o material chegou às mãos do senador para que ele pudesse postar.

O senador ainda compartilhou publicação de site bolsonarista que usou uma foto falsa para ilustrar supostos casos de cura da covid-19 com cloroquina. Na imagem aparece uma pessoa que não contraiu a doença.

O filho "01" também tem se aproximado de aliados do presidente. No feriado, visitou um hospital de campanha ao lado do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), que deve concorrer à reeleição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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