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Regina Duarte gruda em Zambelli para buscar saída honrosa do cargo

A deputada federal deverá indicar nomes para a Cultura, uma vez que as escolhas feitas por Regina foram derrubadas por ela mesma ou pelo presidente Jair Bolsonaro

Regina Duarte gruda em Zambelli para buscar  saída honrosa do cargo
Notícias ao Minuto Brasil

07:01 - 20/05/20 por Folhapress com Mônica Bergamo

Política decadência

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio a processo de fritura, a atriz Regina Duarte recorreu a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) para tentar construir saída honrosa da Secretária Especial da Cultura.Regina está trabalhando desde a semana passada em um projeto para a produção de vídeos que têm como objetivo apresentar as atividades já executadas na pasta. Ela tomou posse em março.Além de Zambelli, de quem Regina é amiga, ela conta com o apoio do secretário de Assuntos Especiais da Presidência da República, contra-almirante Flávio Rocha.

A deputada federal deverá indicar nomes para a Cultura, uma vez que as escolhas feitas por Regina foram derrubadas por ela mesma ou pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com um ex-aliado da atriz, Regina tem agido de maneira intempestiva e se isolado dos seus principais apoiadores.

Veja também: Bolsonaro: De direita toma cloroquina, quem é de esquerda,Tubaína

No fim de semana passado, deixaram a Secretaria Especial de Cultura o secretário-adjunto Pedro Horta. A assessora de imprensa Renata Giralda também foi demitida.Segundo relatos feitos a reportagem os dois aliados se desentenderam após a entrevista de Regina à emissora CNN Brasil. Nela, a conversa foi interrompida, após o que a secretária chamou de chilique.Pessoas próximas à secretária dizem que Regina está construindo uma saída elegante do governo do presidente.

Bolsonaro tem deixado claro que a secretária está em processo de fritura pública.A atriz foi aconselhada a passar por um processo de media trainning. Contudo, este treinamento será feito por um advogado criminalista, e não um profissional de comunicação.Essa saída foi desenhada com o auxílio de Zambellli e Rocha para que Regina esteja preparada a responder a questionamento. Isso leva em conta argumentos jurídicos.

De acordo com pessoas próximas à pasta, a Secretaria Especial da Cultura está vivenciando uma espécie de intervenção da deputada bolsonarista.Na visão da ala ideológica do governo, Regina não atendeu as expectativas de retirar nomes ligados à esquerda do setor cultural. Esse é um temo caro a Bolsonaro e aos olavistas.

A atriz enfrenta dificuldade direta com o presidente da Fundação Camargo, Sérgio Camargo. Ele foi mantido no cargo à revelia da vontade da secretária.Com a tutela de Zambelli, a ideia é criar um ambiente de transição para que Regina saia do governo de forma pacífica. Para isso, ela aceitou o suporte de duas alas importantes do governo: a ideológica, representada pela secretária, e a militar, com Rocha.Regina chegou a fazer uma apresentação para Bolsonaro sobre seus planos para a cultura. Ela, no entanto, não convenceu o presidente sobre sua gestão.Na visão dele, a atriz, por não intensificar a guerra cultura e ideológica, não o satisfez.

Nesta terça-feira (19), o presidente postou um vídeo nas redes sociais em que o ator Mário Frias diz estar à disposição para substituir a atriz no órgão."Pro Jair, cara, o que ele precisar eu tô aqui. Eu torço demais pra Regina, eu sou fã dela, mas pelo Brasil eu tô aqui, o que for preciso", disse o ator à CNN no começo de maio, sobre a possibilidade de assumir o órgão."Respeito o Jair demais, vejo o Brasil com chance de finalmente ser respeitado", afirmou, no vídeo postado por Bolsanaro.

Ainda nesta terça, o presidente levou Frias para um almoço com presidentes de Flamengo e Vasco. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, também participou do encontroComo mostrou a Folha de S.Paulo em abril, Bolsonaro deu aval a aliados para que façam críticas públicas à gestão de Regina.Há dois meses no cargo a atriz ainda não apresentou um programa robusto de emergência para o setor cultural.

Agora, artistas e gestores se apoiam em iniciativas do Congresso para buscar uma solução para o meio, fortemente afetado pela pandemia do novo coronavírus.Nesse contexto, a Folha de S.Paulo publicou na terça (18) que artistas passaram a conversar com congressistas para levar adiante a aprovação do que vem sendo chamado de Lei Emergencial da Cultura.A proposta relatada pela deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) é a junção de quatro projetos que estavam no Congresso.

A iniciativa vem sendo articulada por Jandira e um grupo de congressistas com a participação de artistas e de secretários estaduais e municipais de Cultura de todo o país.Entre as propostas estão auxílios para artistas, repasses de R$ 10 mil para centros culturais e modificações nos prazos de prestação de contas, pagamento de tributos, além da concessão de crédito a juro zero e com prazo de até três anos para pagamento.Há ainda um plano para a descentralização dos recursos, ou seja, repasse direto para as secretarias de Cultura de estados e municípios.

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