Após voltar atrás de sua decisão, a deputada estadual Cidinha Campos (PDT) resolveu aceitar ser vice do candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, deputado federal Pedro Paulo. O nome foi oficializado em convenção do PDT na noite desta segunda-feira (25). A entrada da parlamentar seria uma forma de tentar atenuar o desgaste do peemedebista com a acusação de que agrediu sua ex-mulher Alexandra Marcondes e, por isso, relativizou a gravidade de casos de violência doméstica, além de afirmar que essa é uma discussão menor para o movimento feminista. 

"O movimento feminista tem que cuidar para que mulheres tenham o mesmo salário que os homens. Esse é um caso resolvido (a acusação de agressão por parte de Pedro Paulo). Eu sou contra a violência doméstica, mas quando é com pessoas desvalidas, que não têm como se socorrer, que não têm como se amparar. Ela (Alexandra) está bem, está feliz, ela está muito mais rica do que quando estava com ele. O marido dela parece que é muito mais rico do que o Pedro Paulo", disse a deputada, em entrevista depois da convenção. 

De acordo com O Globo, Cidinha também minimizou divergências entre o laudo do Instituto Médico-Legal feito na época da suposta agressão, em fevereiro de 2010, segundo o qual Alexandra quebrou um dente, e um outro, realizado por perito contratado pela defesa de Pedro Paulo. Esse último afirma que o candidato estava apenas se defendendo da ex-companheira. O caso é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal. 

Interrogada pela Polícia Federal em abril deste ano, Alexandra mudou a versão apresentada em 2010. Segundo ela, Pedro Paulo apenas tentava se defender de suas investidas. Ela explicou que registrou a ocorrência na época porque o divórcio foi traumático e “estava muito transtornada”. Esclareceu ainda que “não possui qualquer interesse” na continuidade do inquérito. 

Outra opção de Pedro Paulo, a deputada estadual Martha Rocha (PDT) também não aceitou compor a chapa. Os trabalhistas indicaram a professora Maria Amelia Reis, ex-auxiliar de Darcy Ribeiro no programa dos Cieps. No entanto, a opção não agradou o PMDB, porque ela nunca disputou uma eleição. 

Frente ao impasse, o nome de Cidinha Campos voltou à mesa de negociações, horas antes da convenção municipal para sacramentar o vice. Ela foi pressionada pelo partido a aceitar. 

"Eu devo mais essa a ela, vai me cobrar uma fatura cara. Fiz um apelo patético a ela, que estava com problema de saúde", comentou o presidente do PDT, Carlos Lupi. 

Pedro Paulo negou que Cidinha tenha sido escolhida devido à polêmica envolvendo sua ex-mulher: "A Cidinha é muito maior do que isso, seria uma deselegância reduzir seu tamanho político".