O principal suspeito na morte da auxiliar administrativa Jandira dos Santos Cruz, a grávida que foi transportada em uma carrinha branca para uma clínica de abortos clandestina no passado dia 26 de agosto mas não voltou a casa, se entregou essa quarta-feira (1) na 35ª Delegacia Policial, de Campo Grande mas não poderá ficar preso.

De acordo com a lei eleitoral, nenhuma pessoa poderá ser detida, exceto se presa em flagrante ou através de sentenças definidas, nos cinco dias que antecedem as eleições presidenciais. O falso médico Calos Augusto Graça de Oliveira foi solto pouco tempo depois de se entregar e está em liberdade.

Advogado do suspeito disse que ele voltará dois dias depois das eleições. “Eu levei ele comigo para se apresentar. Estou terminando o depoimento dele. Ele assina o termo hoje, mas não pode ficar preso por causa da lei eleitoral. Vai se apresentar à mesma delegacia 48 horas após as eleições”, disse André do Espírito Santo.

Para a mãe da vítima, a situação não dá justiça à sua filha. “Que isso, gente. Mas ele é bandido, não pode ficar solto. Ele matou a minha filha. Ele matou um ser humano e ainda tem lei que defende ele. Isso é a lei do nosso país. Por isso existe tanta coisa ruim do mundo. Uma pessoa que tira a vida de uma mãe de família, de uma moça nova, bonita e ainda tem lei que defende”, disse Maria Ângela dos Santos.

Ela continuou. “Gente, eu tô assim sem palavras para falar. Eu não entendo o nosso país. É um lugar que você não tem mais como viver. É uma lei injusta. Minha filha está morta graças a esse homem hoje e ele está solto. Não dá para entender”, disse a mãe de Jandira dos Santos Cruz.