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PRF pede autocrítica após morte de Heloísa, mas rechaça Gilmar por 'generalização'

A mensagem, a qual a reportagem teve acesso, tem sido republicada nesses grupos após a declaração de Gilmar e vem recebendo manifestações de endosso dos participantes.

PRF pede autocrítica após morte de Heloísa, mas rechaça Gilmar por 'generalização'
Notícias ao Minuto Brasil

13:36 - 18/09/23 por Folhapress

Brasil PRF

(FOLHAPRESS) - Agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) começaram neste fim de semana a circular, em grupos de WhatsApp formados por integrantes da corporação, uma mensagem que pede "autocrítica" da instituição diante da morte da menina Heloisa dos Santos Silva e do caso Genivaldo Santos.

Ao mesmo tempo, o texto também critica a fala do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes que, citando esses episódios, afirmou que o órgão "merece ter a sua existência repensada".

A mensagem, a qual a reportagem teve acesso, tem sido republicada nesses grupos após a declaração de Gilmar e vem recebendo manifestações de endosso dos participantes.

"É inegável que a instituição precisa de um exercício autocrítico para corrigir rotas", diz o texto, que depois critica o posicionamento de Gilmar e defende que os agentes da corporação não podem ser penalizados de forma generalizada por "episódios pontuais" ou de "responsabilidade de um gestor de outrora" -em referência ao governo de Jair Bolsonaro (PL).

A declaração do ministro do STF aconteceu nas redes sociais neste sábado (16), após a morte da menina Heloisa dos Santos Silva, de 3 anos. Ela foi baleada em uma ação da PRF.

O magistrado também mencionou a morte de Genivaldo Santos, asfixiado em uma viatura da PRF, e a atuação da corporação durante o segundo turno das eleições do ano passado.

Na ocasião, a PRF montou blitze em locais em que o presidente Lula (PT) tinha obtido mais votos no primeiro turno -na época, o chefe da corporação era Silvinei Vasques, indicado por Bolsonaro. No dia do segundo turno, Vasques publicou nas redes sociais uma mensagem pedindo voto para o ex-presidente, então candidato.

Gilmar afirmou que, em casos de "violações estruturais", é necessário pensar em "medidas também estruturais".

"Ontem, Genivaldo foi asfixiado numa viatura transformada em câmara de gás. Agora, a tragédia do dia recai na menina Heloisa Silva. Para além da responsabilização penal dos agentes envolvidos, há bem mais a ser feito. Um órgão policial que protagoniza episódios bárbaros como esses -e que, nas horas vagas, envolve-se com tentativas de golpes eleitorais-, merece ter a sua existência repensada", escreveu Gilmar na rede social X, antigo Twitter.

Heloísa foi baleada na nuca e no ombro durante uma ação da PRF no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.

Quando foi atingida pelos disparos, ela estava com a família indo para casa, em Petrópolis, na região serrana.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou rede social para se manifestar sobre a morte da criança. No texto, disse que a pequena Heloisa foi atingida por tiros de quem deveria cuidar da segurança da população. "Algo que não pode acontecer".

A mensagem que circula entre agentes da PRF lembra que a instituição tem 95 anos de história e que nos dois casos, "cometeu dois erros graves, contra Genivaldo e Heloísa", episódios que devem ser apurados e dos quais os responsáveis devem ser punidos pelas "vidas perdidas e danos irreparáveis".

O texto cita, entre aspas, a declaração de Gilmar, mas sem nomeá-lo -se refere apenas a um integrante do STF- e a classifica como "demagógica e leviana". Diz que é uma "generalização preconceituosa e estigmatizada" e que ofende os 13 mil agentes do órgão e também fere a "harmonia e independência" dos poderes.

"Em nome de uma caça às bruxas, de cunho político-ideológico, estão promovendo uma perversa inquisição contra servidores policiais que devotaram suas vidas a servir aos brasileiros e que em nada têm culpa de episódios pontuais, com Genivaldo e Heloísa, ou organizacionais, de responsabilidade de um gestor de outrora", acrescenta a mensagem.

Esse trecho final é uma referência aos escândalos da corporação durante o governo Bolsonaro e durante a gestão Vasques, em particular as suspeitas de que a força tenha sido usada, durante o segundo turno, para impedir o voto de eleitores de Lula.

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