Secretária de Educação Básica pede demissão e é 3ª baixa no MEC
Tania Leme de Almeida não foi consultada sobre decisão de suspender avaliação de alfabetização
© Ueslei Marcelino / Reuters
Brasil gota d'água
PAULO SALDAÑA - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A secretária de Educação Básica, Tania Leme de Almeida, pediu demissão do MEC (Ministério da Educação) após não ter sido consultada sobre a decisão de suspender a avaliação de alfabetização.
Esta é a terceira baixa no alto escalão da pasta. A publicação da portaria com mudanças no sistema de avaliação, no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (25), foi a gota d'água para o desligamento.
Tania já havia pedido desligamento da pasta na semana passada mas foi convencida pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez a ficar mais tempo.
A secretária também vinha sendo atacada, dentro e fora do MEC, pela ala ligada ao escritor Olavo de Carvalho. Ela chegou ao MEC por indicação do ex-secretário executivo da pasta, Luiz Antonio Tozi. Tozi acabou demitido por Vélez após pressão de olavistas chegar ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).
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Alunos do escritor foram atingidos por um processo de mudanças de cargos na pasta e passaram a atacar o ministro e exigir demissões.
A suspensão da prova de alfabetização não havia sido discutida internamente no MEC. Além disso, Tozi e Tania eram quem mantinham conversas com representantes das secretarias de Educação dos estados e municípios.
Foi o próprio secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, quem pediu ao Inep (Instituto Nacional de Estudos Educacionais) a suspensão da a avaliação. Ele próprio é ex-aluno de Olavo de Carvalho e indicado ao cargo por ele. Nadalim também é o autor da minuta de alfabetização.
Além de Tania e Tozi, o ministro também demitiu um de seus assessores mais próximos, Ricardo Roquetti, também por pressão dos olavistas. A própria permanência de Vélez está ameaçada.