Alain Delon é solidário a Roman Polanski e renega César
Oscar do cinema francês é alvo de protestos desde que convidou o polonês para presidir o júri
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Antes mesmo de receber qualquer convite formal para presidir o júri do 42º prêmio César, o Oscar do cinema francês, Alain Delon disse não. O ator deixou claro que não aceitaria a honraria em solidariedade a Roman Polanski.
O cineasta foi o primeiro escolhido para a função, mas acabou por desistir da nomeação devido à onda de protestos que gerou na França. Uma associação de feministas francesas criticou em nota a escolha do polonês, defendo que ela demonstrava "tolerância social que ainda existe sobre o tema do estupro na França". As militantes também tinham convocado protesto para o dia 24 de fevereiro, data da cerimônia do César, em Paris.
"Se me convidassem a presidir o César no seu lugar, eu não iria em solidariedade a Polanski", disse o artista ao jornal Le Figaro. "Toda vez que ele atravessa a rua temos que falar de novo do que aconteceu nos anos 70? Se eu tiver que tocar o dedo na ferida, eu vou tocar", completou, segundo o The Hollywood Reporter.
História
Polanski é figura polêmica internacionalmente. Foragido da polícia norte-americana, é acusado de estupro por envolvimento com uma menor, em 1977. A justiça pede sua extradição desde então. Na ocasião do Oscar de 2002, quando venceu o prêmio de direção por "O Pianista" , não compareceu à cerimônia.
O realizador também conquistou diversos prêmio César como melhor diretor por "O Pianista", além de: "Venus à la Fortune" (2014), "O Escritor Fantasma" (2011) e "Tess" (1980). Como melhor roteiro, ele venceu pelo "O Escritor Fantasma" e "Deus da Carnificina", em 2012.
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