Rakta lança quarto compacto e prepara nova turnê
O sete polegadas em vinil "Oculto pelos Seres", com três músicas inéditas, terá também sua versão nos serviços de streaming
Cultura Música
Feitiços sonoros estão sendo maturados no caldeirão do Rakta. Em outubro, o trio paulistano formado pela vocalista, tecladista e pilota de sintetizadores Paula Rebellato, pela baixista e vocalista Carla Boregas e pela baterista Nathalia Viccari lança seu quarto compacto e volta à estrada.
O sete polegadas em vinil "Oculto pelos Seres" (Dama da Noite/ Nada Nada Discos), com três músicas inéditas, terá também sua versão nos serviços de streaming. Também no mês que vem, elas partem para a quarta turnê deste ano, desta vez pelo Canadá e por países da Europa. Mas antes tocam em São Paulo, no Hotel Bar (12/9) e no Al Janiah (17/9).
A banda, que já lançou dois álbuns, não cabe em gêneros prontos, apesar das referências ao punk, ao pós-punk e ao experimentalismo com sintetizadores, em improvisações que explodem nos shows de alto apelo sensorial.
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É como um empurrão para fora da zona de conforto, em ambiências que não se apoiam somente em melodias. "A intenção nos shows é a de quebrar a noção do tempo e espaço", diz Carla Boregas, 33, que também é joalheira. As tatuagens nos braços de Paula Rebellato, 28, -com o símbolo de Plutão, Afrodite e da morte-vida- reforçam os simbolismos nos shows.
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"É como se cada uma incorporasse um arquétipo no palco", afirma ela, que estuda o assunto e que trabalhava em um espaço holístico dedicado a círculos de mulheres e ao sagrado feminino quando a banda foi formada, há seis anos.
MULHERES
O grupo aborda, em português e inglês, desde questões abstratas, como mistérios do universo, até temas mais concretos, como abuso sexual. Para além do gênero, o feminino se apresenta na Rakta como princípio. Bandas punks de mulheres influenciaram a formação musical e a noção de empoderamento, que levou à vontade de tocar.Mas o terreno minado dos usos atuais do termo "feminismo" torna delicado o assunto. "Sou feminista dentro de minhas visões sobre o que é o feminismo", diz Paula.
Quando o assunto são influências e o que vai pelos fones de ouvido, conversar com as duas é transitar por um ecletismo sem preconceitos, que passa do dark ambient ao dub, do compositor japonês Ryuichi Sakamoto ao pós-punk e a música árabe e sufi, "depende do humor do dia". A médio prazo, depois da próxima turnê, planejam oficinas musicais e conversas sobre as viagens e a experiência do selo independente Dama da Noite, que costuma lançar os álbuns do trio em parceria com o Nada Nada Discos.
Elas, que já tocaram em países como o Japão, dizem ter uma rede de apoio punk. "As pessoas às vezes acham que é preciso patrocínio, grandes apoios", afirma Carla. O grupo defende a filosofia do faça você mesmo em meio a um dos significados de Rakta, que deriva de uma palavra em sânscrito (rajas), como um componente de energia que produz expansão e força.