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Dinheiro brasileiro legal em paraísos fiscais cresce com a crise

A declaração dos recursos até agora escondidos incentivada pela lei de repatriação deve revelar uma participação ainda maior nesses países, de acordo com especialistas na área

Dinheiro brasileiro legal em
 paraísos fiscais cresce com a crise
Notícias ao Minuto Brasil

05:09 - 25/10/16 por Folhapress

Economia Reatriação

A concentração de dinheiro brasileiro legal em países conhecidos como paraísos fiscais cresceu durante a crise.

A declaração dos recursos até agora escondidos incentivada pela lei de repatriação deve revelar uma participação ainda maior nesses países, de acordo com especialistas na área.

A soma dos investimentos em Bahamas, Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Luxemburgo, Panamá e Suíça era de US$ 156,8 bilhões em 31 de dezembro de 2014 (dado mais recente disponível), o que corresponde a 40,4% do total de recursos brasileiros no exterior, de acordo com o Banco Central.

No ano anterior, o volume de recursos nesses países somava 38,8% do total.

Esse movimento ocorre em um contexto de leve encolhimento do total mantido por brasileiros fora do país, que recuou 1,5% no período, para US$ 388 bilhões.

Já os investimentos nas Ilhas Cayman –destino campeão entre os paraísos fiscais– avançou 16,6%, o que compensou a queda em outros países do grupo.

"Imagina que você tem US$ 1 milhão e quer investir lá fora. Se você faz isso direto do Brasil, tem que pagar 27,5% do rendimento que tiver para a Receita Federal", diz Luiz Bichara, sócio do Bichara Advogados.

"Mas, se montar uma empresa em um paraíso fiscal e declarar suas ações nela, você paga imposto somente se e quando esse dinheiro voltar para o Brasil", completa.

Assim, esses países funcionam como ponte principalmente para pessoas físicas que querem investir nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, afirmam advogados tributaristas.

Por isso, a modalidade mais comum de investimento no exterior é via participação no capital de empresas, das quais quase metade estão no segmento de "serviços financeiros e atividades auxiliares". São as offshores, dizem os advogados.

Esse movimento se intensificou em 2014, quando a crise começou. Temendo o cenário econômico brasileiro, muita gente buscou investimentos em dólar para ter segurança, diz Ana Utumi, sócia do TozziniFreire.

"É provável que seja efeito de um pânico com a valorização do dólar. Quando há crise, as pessoas acham que a segurança maior é fora do Brasil", afirma Utumi.

Há também aqueles que apostaram na valorização futura do dólar diante do real para ganhar com a diferença cambial, comprando a moeda quando ela estava barata para vender na alta.

E saíram ganhando: se em dezembro de 2014, a cotação média do dólar era de R$ 2,64, em dezembro de 2015 ela era de R$ 3,87 –alta de 46,6%. Com informações da Folhapress.

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