Salah vira exemplo de tolerância na Inglaterra pós-'brexit'
Egípcio comemora seus gols fazendo o "sujood", gesto muçulmano de elevação espiritual
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Esporte Egípcio
A semifinal da Liga dos Campeões entre Liverpool e Roma, nesta terça-feira (24), às 15h45 (de Brasília), terá em ação o segundo africano a ser eleito o melhor jogador do Inglês, o egípcio Mohamed Salah -o primeiro foi o argelino Riyad Mahrez, do Leicester, na temporada 2015-2016.
O atacante do Liverpool marcou 31 gols em 35 rodadas no torneio nacional. Se fizer mais quatro gols nas últimas três rodadas, será o recordista em uma só temporada.
A influência de Salah, porém, vai além de seus números em campo. Enquanto os índices de ataques a muçulmanos crescem na Inglaterra nos últimos anos, especialmente após a decisão do país de sair da União Europeia (chamada de "brexit"), o egípcio comemora seus gols fazendo o "sujood", gesto muçulmano de elevação espiritual.
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Salah, porém, evita polêmicas ao falar sobre política. Tem perfil conciliador e filantropo.
Quando a moeda egípcia despencou momentaneamente, em 2017, o jogador doou 210 mil libras (R$ 1 milhão), para ajudar o governo. Ele já construiu escolas e pagou por ambulâncias em Nagrig, sua modesta cidade natal. Em outro ato de filantropismo, deu dinheiro e tentou arrumar um emprego para o homem que assaltou a casa dos seus pais.
Enquanto jogava pela Fiorentina, Salah usou a camisa 74, representando o número de vítimas de uma briga generalizada entre torcedores do Al-Masry e o Al-Alhy, no Egito.
Por tudo isso, mas, principalmente, por ter ajudado a seleção do Egito a voltar à Copa do Mundo depois de 28 anos, Salah é admirado pela população do seu país. Ruas egípcias ganharam o seu nome após a classificação.
Ele foi contratado em junho de 2017 pelo Liverpool por 39 milhões de euros (R$ 164 milhões). Sua aquisição não ficou entra as 15 mais caras da atual temporada. No entanto, logo se adaptou ao clube.
"Não poderíamos ter 100% de certeza sobre ele. Foi uma barganha? Não sei, isso são negócios", afirmou Jurgen Klopp, treinador do jogador egípcio no Liverpool.
O título da Liga dos Campeões é certamente um objetivo mais próximo para Salah do que a Copa do Mundo, mas a expectativa com o desempenho do egípcio no Mundial cresce a cada gol marcado.
"Ele fez gols na Itália e na Inglaterra. Acho que será muito difícil mantê-lo quieto na Copa", afirmou Arsène Wenger, treinador do rival Arsenal. Com informações da Folhapress.