Número de mortos em protestos na Etiópia sobe para 67
O exército da Etiópia anunciou hoje que está destacando as suas tropas para acalmar os protestos contra o primeiro-ministro do país
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Mundo Etiópia
O número de mortos por conta das manifestações contra o primeiro-ministro na Etiópia subiu para 67, afirmou a agência AFP, citando as informações da polícia local sobre os protestos que se transformaram numa questão étnica. "O número total de mortos em Oromia é de 67", declarou Kefyalew Tefera, o chefe da polícia regional.
Cerca de 55 pessoas foram mortas no decorrer do conflito por oponentes e as restantes foram mortas pelas forças de segurança, segundo o responsável da autoridade.
O exército da Etiópia anunciou hoje que está destacando as suas tropas para acalmar os protestos contra o primeiro-ministro do país, que nos últimos três dias têm afetado a região de Oromia.
Segundo o porta-voz do exército, major general Mohammed Tessema, os soldados estão sendo destacados para a região de Oromia e para as cidades de Harar (região de Harari) e Dire Dawa (na região homônima).
As manifestações tiveram início na quarta-feira, depois de um reconhecido ativista do país, forte crítico do primeiro-ministro Abiy Ahmed, ter acusado as forças de segurança de orquestrarem um ataque contra ele.
A polícia negou que a proteção ao ativista Jawar Mohammed, membro do grupo étnico Oromo, tenha sido alterada para que o opositor ficasse numa situação de vulnerabilidade.
Ainda assim, os apoiadores de Jawar Mohammed saíram às ruas, bloqueando estradas, queimando pneus e criticando o primeiro-ministro da Etiópia, que acusam de estar por trás da alegada ameaça à segurança do opositor.
Um confronto na capital, Adis Abeba, entre as forças de segurança e os apoiadores de Jawar Mohamed, acabou por se espalhar por várias regiões do país.
Enquanto líder da Oromia Media Network, Jawar Mohammed desempenhou um papel fundamental na promoção dos protestos contra o Governo que levaram a coligação no poder a nomear Abiy Ahmed para primeiro-ministro.
Ainda assim, Abiy Ahmed e Jawar Mohammed têm se distanciado, com este último a criticar algumas das reformas conduzidas pelo chefe do Governo da Etiópia.
Em 11 de outubro último, Abiy Ahmed foi premiado com o Nobel da Paz pelo "seu importante trabalho para promover a reconciliação, a solidariedade e a justiça social".