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Vaticano nega que tenha falhado em mediação na Venezuela

Para cardeal, Santa Sé não tem interesse político em negociação

Vaticano nega que tenha falhado em mediação na Venezuela
Notícias ao Minuto Brasil

14:20 - 03/08/17 por ANSA

Mundo Santa Sé

O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, negou nesta quinta-feira (3) que a Santa Sé tenha falhado na mediação de paz que liderou entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição na Venezuela.

"Não, não há nenhuma falência. A diplomacia da Santa Sé é uma diplomacia de paz, que não tem interesses de poder, nem políticos, nem econômicos e nem ideológicos", disse Parolin em entrevista ao jornal católico italiano "Avvenire".

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No ano passado, o Vaticano liderou uma negociação - que contou com a presença de políticos internacionais e entidades regionais - para tentar acalmar a crise política, social e econômica que se agrava semana após semana no país.

No entanto, após uma série de reuniões, a oposição anunciou que não participaria mais dos debates com o governo porque Maduro não cumpria o que era acordado nos encontros. Entre os principais problemas estavam a resistência do presidente a fazer a convocação de novas eleições, a libertação dos presos políticos, a criação de corredores humanitários para a passagem de alimentos e remédios e a restituição dos poderes da Assembleia Nacional.

"O Papa lembrou que, quando nos encontramos perante uma situação de crise precisamos sempre considerar como obra da Santa Sé. É por uma diplomacia proativa e não apenas reativa que nós buscamos levar nossa contribuição. Se isso não acontece às vezes, não deixa de ser importante começar a fazer", acrescentou.

Em situações de graves crises como a da Venezuela, mas também na Síria, o cardeal ressalta que o apelo feito pela entidade e pelo papa Francisco é sempre de "dizer que todos considerem, sobretudo, o grito das pessoas, dos pobres".

Geralmente, fica-se surdo perante o grito que sai da base, das populações que pedem uma grande voz de paz. Não apenas palavras. É só ver as lacerações que tantos povos são obrigados a enfrentar. Isso é um grito de paz", disse ainda ao jornal.

Para Parolin, "os responsáveis precisam se abrir a esse grito e não ficar fazendo jogos na pele das pessoas".

O Vaticano foi formalmente convidado para participar das negociações tanto pelos líderes da oposição como pelo governo de Maduro. Desde que assumiu seu Pontificado, em 2013, o Pontífice atuou ativamente em outros dois processo de paz no mundo.

O primeiro foi a retomada das relações diplomáticas entre os Estados Unidos, na época governado por Barack Obama, e Cuba, liderada por Raúl Castro. O segundo foi o fim da guerra colombiana, que durou mais de 50 anos, com um acordo de paz e deposição de armas entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo de Juan Manuel Santos. Com informações da ANSA.

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