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Aos bispos, Papa cita Márquez e defende proteção da Amazônia

Pontífice ainda pediu que a Igreja 'não faça alianças' em partes

Aos bispos, Papa cita Márquez e defende proteção da Amazônia
Notícias ao Minuto Brasil

14:39 - 07/09/17 por Ansa

Mundo Colômbia

Durante um encontro com bispos colombianos nesta quinta-feira (7), o papa Francisco citou o escritor Gabriel García Márquez ao falar sobre o fim dos conflitos entre as forças do governo e ao ex-grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).   

"Um de vossos ilustres autores escreveu, falando de um de seus míticos personagens, 'não imagina que seria mais fácil iniciar uma guerra do que finalizá-la'. Todos sabemos que a paz exige dos homens uma coragem moral diferente. A guerra deriva de tudo o que é mais baixo ao nosso coração, já a paz nos obriga a ser maiores que nós mesmos", disse citando um trecho da obra "Cem Anos de Solidão".   

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"Depois, o escritor acrescentava 'Não pensava que existissem tantas palavras para explicar aquilo que testamos na guerra, na realidade, bastava só uma: o medo'. Não é necessário que eu vos fale de tal medo, raiz envenenada, fruto amargo e nefasto da herança de qualquer conflito. Desejo encorajá-los a continuar a acreditar que é possível agir de maneira diferente e de não sermos escravos do medo", acrescentou.   

Em outra parte de seu discurso aos religiosos, o sucessor de Bento XVI lembrou que, entre os vários desafios que a sociedade colombiana terá que enfrentar, é preciso cuidar da Amazônia.   

"Os desafios da Igreja na Amazônia, região da qual vocês são corretamente orgulhosos, porque é parte essencial da maravilhosa biodiversidade desse país. A Amazônia é para todos nós uma prova decisiva para verificar se a nossa sociedade, quase sempre reduzida ao materialismo e ao pragmatismo, está apta a proteger o que recebeu gratuitamente, não para saqueá-la, mas para torná-la fecunda", afirmou aos bispos.   

O Pontífice ainda pediu que a "histórica sabedoria dos povos indígenas da Amazônia" seja respeitada e preservada. "Me pergunto se nós ainda somos capazes de aprender sobre essa sacralidade da vida, o respeito pela natureza", questionou. "Por isso, vos convido a não abandonar a si própria as igrejas na Amazônia", concluiu.   

O líder católico finalizou o discurso dizendo que a Colômbia precisa do "vosso olhos para sustentá-la na coragem do primeiro passo rumo à paz definitiva, a reconciliação, o repúdio da violência como método e a superação das desigualdades que são as raízes de tanta violência".   

Ele ainda pediu que os bispos que se mantenham firmes. "À Igreja não interessa outra coisa além da liberdade de pronunciar esta Palavra. Não servem as alianças com uma parte ou outra, mas a liberdade de falar para os corações de todos", finalizou. (ANSA)

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