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'Terra não enche barriga', diz ministro de Temer ao criticar índios

Osmar Serraglio, que tem o agronegócio como principal financiador de sua campanha, afirmou que os indígenas deveriam estar preocupados com qualidade de vida

'Terra não enche barriga', diz ministro
de Temer ao criticar índios
Notícias ao Minuto Brasil

05:26 - 10/03/17 por Notícias Ao Minuto

Política Declaração

Amigo da bancada ruralista no Congresso e tendo o agronegócio como principal financiador de suas campanhas, além de ter sido relator da PEC 215, uma proposta de emenda à Constituição que altera o sistema de demarcação de terras indígenas, o novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, afirmou que "terra não enche barriga", ao comentar os conflitos agrários no Brasil, especificamente a questão dos índios.

"O que acho é que vamos lá ver onde estão os indígenas, vamos dar boas condições de vida para eles, vamos parar com essa discussão sobre terras. Terra enche a barriga de alguém?", disse o ministro de Temer, que assumiu a cadeira no último dia 7.

Ele também criticou a atuação de ONGs ligadas à causa. "Ouço muito essas ONGs levando dinheiro, inclusive dinheiro oficial na saúde. A saúde do indígena. Eu vejo, você vê, os indígenas são tratados quase como uns animais".

Depois, defendeu a CPI da Funai, em andamento na Câmara e que é formada em sua maioria por ruralistas, como uma forma de esclarecer os desmandos no setor.

Ele ainda disse que não escolherá nenhum lado na batalha entre ruralistas e índios, e fala em pacificar a crise no campo usando a Constituição. As informações são da Folha de S. Paulo.

O ex-presidente da Funai e sócio-fundador do Instituto Socioambiental (ISA), Marcio Santilli, rebateu as declarações. "Os índios não estão preocupados em encher a barriga, estão preocupados em ter suas terras demarcadas e respeitadas", afirmou.

Em novembro do ano passado, em uma decisão incomum, a Casa Civil da Presidência da República mandou devolver à Funai 13 processos de demarcação de terras indígenas, que se referem a 1,5 milhão de hectares em 11 Estados, que aguardavam homologação presidencial.

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