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'Para o Michel ser envolvido, precisa ter provas', defende Serraglio

Ministro da Justiça também falou sobre a superlotação nos presídios

'Para o Michel ser envolvido, precisa
ter provas', defende Serraglio
Notícias ao Minuto Brasil

07:03 - 09/03/17 por Notícias Ao Minuto

Política Entrevista

Para o novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), o Brasil vive uma corrupção generalizada e, mais que isso, ele não sabe como o cenário será corrigido.

Serraglio também destaca os diferentes tipo de corrupção e o prejuízo causado ao país."É um dano social que nem a sociedade percebeu ainda. Acho que uma parte de uma geração se foi. A corrupção se generalizou. Quando o exemplo vem de cima, tudo mundo acha que tudo é possível. Quando eu fiz o mensalão [ele relatou a principal CPI sobre o caso na Câmara] você vê o cidadão perdendo o mandato, vai para a cadeia, execração pública, você pensa: 'O pessoal vai ter medo'. Mas piorou".

As declarações foram cencedidas à Folha de S. Paulo. Na oportunidade, ele também falou sobre uma possível queda de Michel Temer, mas deixou claro que, antes, é preciso que existam provas objetivas contra o presidente.

"Nós temos no direito a responsabilidade objetiva e a subjetiva. O que é subjetiva? Eu, Osmar Serraglio, saber o que está sendo feito. Para o Michel ser envolvido, precisa que se demonstre a responsabilidade subjetiva. Ele pode nunca ter sabido. Como eu tenho observado, que ele nunca discutiu valores. Vai ter que aparecer que ele sabia que estavam recebendo dinheiro indevido".

Nessa linha de pensamento, o novo ministro acredita que Michel Temer concluirá o seu mandato. "Acredito na possibilidade de chegar ao fim. Não só na possibilidade, acredito que vai chegar ao fim".

Questionado sobre as delações que indicam o repasse de dinheiro ao PMDB e se isso não seria suficiente, ele justificou: "Mas os partidos pedem dinheiro. Antigamente, isso a gente vê em direito tributário, não me lembro agora do nome do imperador Romano, acho que foi Crasso [na verdade foi Vespasiano], ele começou a tributar as prostitutas [na verdade, o uso das latrinas]. Falaram: é um ilícito, e tão cobrando. Aí ele falou, 'pecunia non olet', o dinheiro não cheira. O dinheiro não vem carimbado assim ó, esse é de corrupção, não encosta que esse é de corrupção".

Sobre a superlotação nos presídios, ele defende tratamento diferenciado para os criminosos considerados de menor gravidade. "Existem bandidos e bandidos, como em qualquer circunstância. Os bandidos de menor gravidade precisam de outro tratamento. Um exemplo que eu tenho dado é do usuário e do traficante. Um grupo de estudantes viciados, usuários. Na hora que te pegarem, você vai preso como um traficante. Outros são aqueles que você olha nos olhos e quer passar longe. É um potencial assaltante, criminoso. A gente não quer isso nas ruas. Tem Estado no Brasil que 80% dos presos são provisórios. Muitos desses são inocentados no final. Acho que no primeiro momento a gente só deveria levar para a prisão quem é de fato perigoso para a sociedade".

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