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PM mata funcionário terceirizado da CET após discussão por queda de faixa de sinalização

O agente, que tem 40 anos e foi preso, discutiu com o trabalhador ao se irritar com a queda de uma faixa de sinalização de trânsito enquanto passava de moto.

PM mata funcionário terceirizado da CET após discussão por queda de faixa de sinalização
Notícias ao Minuto Brasil

09:45 - 16/07/23 por Estadao Conteudo

Justiça São Paulo

Um funcionário de uma empresa que presta serviços para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foi morto nesta quinta-feira, 13, após ser baleado na cabeça por um policial militar de folga. O caso ocorreu em Santana, na zona norte de São Paulo. O agente, que tem 40 anos e foi preso, discutiu com o trabalhador ao se irritar com a queda de uma faixa de sinalização de trânsito enquanto passava de moto.

A vítima foi identificada como Alberes Fernandes de Lima, de 34 anos. No boletim de ocorrência, o PM disse que ele tentou pegar sua arma de fogo durante uma briga, mas uma testemunha ouvida pela polícia negou essa versão. Moradores da região e conhecidos de Alberes protestaram na madrugada desta sexta-feira, 14, na Rodovia Fernão Dias. O caso é investigado pelo 13º Distrito Policial (Casa Verde).

Conforme informações do boletim de ocorrência, o policial militar relatou que estava passando pela Avenida Pedro Leon Schneider, na altura do número 100, quando "sentiu uma faixa atingindo a si e à motocicleta que conduzia". Ele disse que se desequilibrou e quase caiu, o que o teria feito encostar a moto e ir alertar o funcionário que estava em cima da escada instalando a faixa.

O policial disse que, nesse momento, um segundo funcionário, que seria Alberes, se aproximou bruscamente e começou a agredi-lo com socos e chutes. Segundo o relato, quando ele declarou que era policial militar, a vítima teria colocado a mão em sua cintura. O agente alega que tentou impedir que Alberes pegasse sua arma de fogo e que, durante desentendimento, o gatilho disparou.

Uma testemunha ouvida pela polícia deu uma versão diferente. Segundo relatou à polícia, a faixa, de fato, escapou das mãos dos funcionários enquanto eles instalavam a sinalização na via, mas não atingiu o policial. A semana tem sido marcada por fortes rajadas de vento na capital paulista, como parte dos efeitos do ciclone extratropical que atua na região Sul do Brasil.

A testemunha relatou que, ainda assim, o policial militar teria se irritado e começado a discutir com Alberes. A confusão escalou e os dois chegaram a trocar socos, ainda segundo o depoimento. O homem, então, sacou uma arma da cintura repentinamente e deu um tiro na cabeça da vítima, relatou a testemunha. Alberes foi socorrido, mas não resistiu.

Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o PM foi indiciado por homicídio e iria passar por uma audiência de custódia prevista para esta sexta-feira, 14, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Segundo versão da secretaria, o disparo ocorreu porque "a vítima, de 34 anos, fez menção a estar armado, momento em que o policial interveio". "Testemunhas do ocorrido prestaram depoimento e as diligências prosseguem", acrescentou.

A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo informou que também acompanha a ocorrência e que solicitou quatro laudos: necroscópico, balístico, residuográfico e de local. O órgão também pediu imagens de câmeras de segurança da região que possam ter captado o que aconteceu no local.

Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT), por meio da Companhia de Engenharia de Tráfego, informou que "lamenta a ocorrência que resultou na morte de um prestador de serviço de empresa terceirizada". A reportagem também busca contato com a empresa terceirizada para a qual Alberes trabalhava, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.

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