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Polícia procura corpos de idosos que morreram em clínica clandestina no RS

Dez pessoas foram resgatadas em más condições no local

Polícia procura corpos de idosos que morreram em clínica clandestina no RS
Notícias ao Minuto Brasil

22:45 - 04/10/23 por Folhapress

Justiça Rio Grande do Sul

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A polícia e os bombeiros realizaram escavações no terreno de uma clínica clandestina no Rio Grande do Sul, onde foram achados "resíduos humanos". Dez pessoas foram resgatadas em más condições no local.

A escavação tinha como objetivo confirmar ou não a presença de corpos de pessoas que morreram no local no último ano. Como não foram encontrados cadáveres, a escavação foi suspensa.

"Considerando que cinco idosos faleceram lá nos últimos 12 meses, e não temos notícia em relação a todos eles, de que houve enterro formal, precisamos realizar a busca", explicou o delegado Valeriano Garcia Neto.

"Fizemos isso com apoio de cães farejadores do Corpo de Bombeiros, e cadáveres não foram encontrados, mas o cão indicou a presença de resíduos humanos. O que pode ter acontecido é que tenha estado ali algum corpo, e retirado dali", explicou o delegado.

No local, na segunda-feira (2), foram encontradas 10 pessoas em condições desumanas, segundo a Polícia Civil. As vítimas tinham entre 42 e 80 anos.

A residência, onde funcionava um lar de idosos clandestino, fica localizada na área rural de Taquara, em Santa Cruz da Concórdia (RS).

IDOSOS ESTAVAM DESNUTRIDOS E DESIDRATADOS

Grupo resgatado estava acomodado em locais insalubres, junto a animais. Segundo o delegado, as pessoas eram mantidas em cárcere privado, e há relatos de violência sexual. A casa também apresentava "péssimas condições de higiene", em situação "muito precária e degradante", conforme a polícia.

O local ficava sem água potável com frequência, e a orientação dos donos, segundo depoimentos obtidos pela polícia, era cozinhar e dar banho nos idosos, bem como lavar roupa e limpar com a água suja da piscina.

Entre as vítimas, estão duas pessoas paraplégicas que precisaram ser levadas de ambulância para o hospital para avaliação médica. Posteriormente, elas foram encaminhadas para um lar de idosos em Taquara.

Os responsáveis pela clínica tiveram o pedido de prisão negado pela Justiça. O Ministério Público recorre da decisão: "A gravidade em concreto dos fatos narrados e demonstrados, até então, pela polícia civil justificam a segregação cautelar dos investigados, sendo estes argumentos reiterados em sede de recurso", disse a promotora Ana Maria Hahn Souza.

A reportagem não conseguiu entrar em contato com os responsáveis pela clínica porque os nomes não foram divulgados. O espaço segue aberto para manifestação.

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