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Paciente se nega a ser atendido por negros em unidade de saúde no RJ

Caso ocorreu na Tijuca e médico prestou queixa por racismo

Paciente se nega a ser atendido por negros em unidade de saúde no RJ
Notícias ao Minuto Brasil

09:55 - 23/11/16 por Notícias Ao Minuto

Brasil Crime

O médico Danilo Silva, de 29 anos, prestou queixa contra um paciente por racismo, depois que o homem, aparentando 50 anos, chegou à Unidade de Pronto-Atendimento da Tijuca, no Rio, com uma crise de hipertensão, mas negou-se a ser atendido por negros. O caso foi registrado na última terça-feira (15).

De início, o paciente havia sido atendido por um médico branco, que precisou sair para uma ocorrência. Após tomar a medicação, o homem voltou ao consultório para ser reavaliado, mas dessa vez por Daniel, que estava substituindo o colega.

"Ele sentou na cadeira e falou que gostaria de ser atendido pelo mesmo médico de antes. Expliquei que o médico tinha saído em uma ambulância e ele disse: ‘Eu não quero ser atendido por você porque não quero ser atendido por um crioulo’", contou Danilo.

O paciente, cujo nome não foi revelado, ainda teria bradado que “não queria que um preto encostasse nele”, referindo-se a um maqueiro. As informações são do Extra.

O dever de médico, no entanto, falou mais alto, e Danilo prosseguiu com o atendimento. "Eu falei: ‘Senhor, me desculpe, mas o senhor não está em condições de escolher a cor do médico. Quem está aqui contratado pelo Estado sou eu e quem vai te atender sou eu’. Na hora não passou pela minha cabeça chamar a polícia. Depois do plantão eu refleti e decidi prestar queixa", contou Danilo.

Já o maqueiro ficou constrangido e, segundo Danilo, acabou chorando. "Nunca tinha acontecido algo assim. Primeiro fiquei em choque e sem reação, mas depois eu senti muita revolta. Sou filho de uma nordestina e de um vendedor de sacos do Pará. Vim de Belém fazer faculdade no Rio, fiz residência médica, estou fazendo mestrado e dou meu sangue pelo SUS porque acredito. Me revoltou também porque as pessoas ao meu redor diziam que não era nada. Quem não é negro não sabe como é. E isso dói", desabafou o médico.

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