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SP amplia tratamento de esgoto para aliviar poluição do Tietê

Com investimento na casa dos R$ 390 milhões, a estação de tratamento de Barueri terá capacidade para tratar os dejetos produzidos por 1,2 milhão de pessoas

SP amplia tratamento de esgoto 
para aliviar poluição do Tietê
Notícias ao Minuto Brasil

17:49 - 07/06/17 por Folhapress

Brasil Abastecimento

A Grande São Paulo ganhou, nesta quarta-feira (7), um reforço para combater um de seus maiores gargalos ambientais: a cobertura de sua rede de tratamento de esgoto.

Para se ter uma ideia, em 2016 a Sabesp (companhia paulista de saneamento) tratou apenas 69% do esgoto gerado pelas cidades da Grande São Paulo em que atua. Há cinco anos, a empresa estimava que em 2016 atingiria o patamar de 75%.

Com investimento na casa dos R$ 390 milhões, a estação de tratamento de Barueri terá capacidade para tratar os dejetos produzidos por 1,2 milhão de pessoas -o equivalente gerado por Campinas, por exemplo.

O empreendimento saltou de uma capacidade de 9.500 litros por segundo de esgoto processado para 12 mil litros por segundo.

De acordo com a Sabesp, ao longo da Grande São Paulo foram instalados 230 quilômetros de tubulações, que têm a função de transportar os dejetos das casas até a estação de tratamento.

A nova estrutura passa a coletar e a tratar o esgoto oriundo do centro, das zonas sul, norte e oeste da capital paulista, além de cidades como Barueri, Carapicuíba, Cotia, Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Itapevi, Jandira, Osasco, e Taboão da Serra.

Pelos cálculos da companhia, a estação terá a capacidade de retirar 216 milhões de litros de esgoto por dia dos mananciais paulistas, incluindo um dos mais castigados pela poluição: o rio Tietê.

A obra que passou a operar nesta quarta faz parte do primeiro pacote de intervenções da companhia na estrutura de Barueri. Ainda está prevista mais uma segunda obra que vai elevar a até 561 milhões de litros de esgoto tratado por dia —mais que o dobro da capacidade atual da estação. A segunda fase da obra deve ser concluída até o final deste ano.

As obras começaram em 2013 e, segundo a Sabesp, a primeira fase só foi entregue agora porque a empresa precisou ajustar o serviço de ampliação simultaneamente às operações da estação. A obra continuou sendo tocada, apesar da forte crise hídrica que castigou o Estado entre 2014 e 2016 e que derrubou o caixa da Sabesp para investimentos. No período, diversas obras de saneamento tiveram que ser suspensas.

Para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), a obra faz parte de um conjunto de esforços para recuperar o Tietê. "Com a ampliação, [a estação] passa a tratar 12 m³ por segundo de esgoto. Cada metro cúbico equivale ao atendimento de 470 mil pessoas. Estamos tirando esgoto do rio Tietê e de seus afluentes", disse.

Os investimentos foram contraídos junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) com apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Segundo Édison Carlos, do Instituto Trata Brasil, a ampliação é louvável e pode ser um sinal de que a companhia pretende avançar sobre o maior gargalo do saneamento na região metropolitana. "Dos indicadores de saneamento, o tratamento de esgoto é disparadamente o mais atrasado e avança de maneira muito lenta em São Paulo, por isso a ampliação é bem vinda", disse.

"Tratar mais esgoto significa menos poluição indo para os rios Tietê e Pinheiros. Mas o esforço pelo saneamento na região metropolitana tem que passar também por uma negociação com outros municípios da Grande São Paulo que não sejam operados pela Sabesp. Só assim, a bacia onde está São Paulo será finalmente despoluída", conclui Édison Carlos. Com informações da Folhapress.

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