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Após anúncio de Crivella, escolas de samba ameaçam não desfilar

Presidente da Estação Primeira de Mangueira, Francisco de Carvalho, confirmou informação

Após anúncio de Crivella, escolas de samba ameaçam não desfilar
Notícias ao Minuto Brasil

19:20 - 13/06/17 por Notícias Ao Minuto

Brasil Rio de Janeiro

O desfile do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro pode não acontecer em 2018. A informação foi confirmada com exclusividade à Sputnik Brasil pelo o presidente da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, Francisco de Carvalho, mais conhecido como Chiquinho da Mangueira.

O posicionamento de Chiquinho é comum entre as demais agremiações e surgiu após o anúncio feito pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), que informa um corte de 50% no aporte de recursos públicos às escolas do Grupo Especial do Carnaval da cidade.

Nos dois últimos anos, cada uma das 13 escolas de samba do Grupo Especial recebeu R$ 2 milhões anuais da prefeitura, em um total de R$ 26 milhões por ano. A proposta de Crivella é que, para 2018, cada agremiação receba apenas metade – R$ 1 milhão –, totalizando R$ 13 milhões.

A medida, de acordo com Crivella, visa reverter a outra metade até então gasta com o Carnaval na Sapucaí para dobrar o valor diário, de R$ 10 para R$ 20, com o gasto com cada uma das 12 mil crianças matriculadas nas 158 creches conveniadas com o município do Rio. Em tempos de crise, o prefeito diz que as escolas de samba precisam ajudar.São 12 mil crianças que hoje estão em creches conveniadas.

O Rio paga R$ 10 para cada criança. É preciso aumentar pelo menos para R$ 20. Isso tudo exige de nós austeridade e sacrifício. Todos precisam contribuir. A prefeitura está contribuindo, nós cortamos secretarias, cortamos mais de mil cargos políticos. O Carnaval precisa contribuir conosco, nos ajudar nesse esforço”, disse.

“Pior discurso”

Entretanto, Chiquinho da Mangueira não concorda com as alegações de Crivella para promover o corte de recursos. Ele revelou que o atual prefeito fez uma visita à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) em 2016, quando era candidato, e prometeu melhorar as condições do Carnaval da cidade, e não diminuir os investimentos.

“Ele marcou uma reunião conosco anteontem (dia 11 de junho) e desmarcou. Ficou de marcar para semana que vem. Quero ouvir isso dele. Não acredito nessa atitude. No período de campanha ele foi na Liesa e fez um discurso pela melhora das condições do Carnaval. Mesmo que a religião dele não participe do Carnaval, ele reconheceu que é a festa mais popular do mundo. Fico triste com essa declaração. Se isso se confirmar, a Mangueira não vai desfilar”.

Nesta quarta-feira, as 13 escolas de samba do Grupo Especial vão se reunir para discutir os planos de Crivella. A expectativa é fechar posição conjunta e buscar uma nova reunião com o prefeito, a fim de reverter a decisão. Para Chiquinho, dizer que vai investir dinheiro do Carnaval em chechês da cidade é “o pior discurso”.

“As crianças sobreviveram até hoje sem esse dinheiro [do Carnaval]. E o dinheiro para as creches tem que sair dos 12% do orçamento municipal, da ajuda do Ministério da Educação. Esse é o pior discurso e dá a entender que o prefeito quer jogar a opinião pública contra as escolas, tirando delas e dando para quem precisa”, avaliou.

Chiquinho disse acreditar ser injusto tirar recursos de uma festa que coloca o Rio de maneira positiva durante quatro dias ao ano, perante todo o planeta, empregando mais de 10 mil pessoas e produzindo uma grande arrecadação de recursos por parte da prefeitura.

“Como pode uma coisas dessas? A cidade tem o Carnaval há 100 anos e é a primeira vez que corremos o risco de ver essa tragédia. O Carnaval de 2018 pode não acontecer. Pode anotar o que eu estou falando”, comentou.

Crivella não se pronunciou após o indicativo deixado em aberto pelas escolas de samba do Grupo Especial. Com informações da Sputnik News Brasil.

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