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Tumulto na Cracolândia termina com pessoa detida e outra ferida

O tenente-coronel da PM Miguel Daffara, que comandou a operação do último domingo, admitiu ser difícil o controle para que novas barracas não sejam montadas

Tumulto na Cracolândia termina com pessoa detida e outra ferida
Notícias ao Minuto Brasil

18:41 - 14/06/17 por Folhapress

Brasil São Paulo

A nova cracolândia do centro de São Paulo foi palco de mais uma confusão na tarde desta quarta (14), com dispersão de usuários no entorno da praça Princesa Isabel. Um agente da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e usuários de drogas ficaram feridos.

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A confusão começou durante uma ação de limpeza. Desde domingo (11), GCM e varredores da prefeitura abrem espaço entre os usuários para a faxina ao menos duas vezes por dia. Viciados dizem que houve retirada de pertences pessoais e agressão a quem estava deitado.

Houve reação, com alguns atirando pedras nos agentes. Um agente da guarda foi atingido com uma pedra na cabeça e fraturou o crânio.

Segundo o comandante da GCM, José Aparecido Cesar Filho, chefe da operação, o tumulto cresceu quando um traficante teria sido identificado e detido –um segundo foi pego com crack e dinheiro. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, um deles é menor de idade.

Houve uso da cavalaria e de bombas de gás lacrimogêneo. Cerca de 200 GCMs participaram da operação. Ao menos um usuário que teria atirado pedras foi detido.

A rotina de limpeza da praça faz parte de uma nova estratégia do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e da gestão João Doria (PSDB) de impedir a montagem de barracos para, assim, reduzir a estrutura do tráfico. As tendas, agora proibidas, são usadas como esconderijo para a compra e venda de drogas.

Na antiga cracolândia, a 400 metros da praça Princesa Isabel, onde usuários de drogas se concentravam até uma ação policial da gestão Alckmin no mês passado, a faxina era feita no concreto e as barracas eram montadas novamente depois das ações.

Agora, o uso de água com caminhão-pipa na praça transforma a terra em lama, o que dificulta o retorno imediato dos usuários.

"A praça é pública, mas eles só podem ficar na lama", diz Antonio, religioso de uma missão da Igreja Católica que acompanha a situação. "Tiraram as barracas em que eles se escondiam da chuva e só deixaram eles na lama."

Erick Nascimento, 39, que vive na cracolândia, conta que estava sentado no chão com as mãos para cima quando foi atingido por golpes de cassetete nas costas, no braço e na nuca. "Policiais me mandavam levantar, mas não conseguia porque estava tonto por causa das agressões", diz.

Para o comandante da GCM, usuários são "usados como escudo por traficantes". Por isso, todos os dias, são retirados objetos que permitem a montagem de barracas.

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