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Rio desiste de escavar cemitério de escravos para obras do VLT

O sítio arqueológico não será mais escavado, e o trabalho será limitado à pesquisa e à delimitação do cemitério

Rio desiste de escavar cemitério de escravos para obras do VLT
Notícias ao Minuto Brasil

05:51 - 28/08/18 por Notícias Ao Minuto

Brasil sítio arqueólogico

O antigo cemitério dos pretos novos localizado no Largo de Santa Rita, no Rio de Janeiro, situado abaixo do traçado da Linha 3 do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), deve permanecer intacto para evitar que ossadas sejam remexidas e removidas do local. As obras do VLT previam escavação da área, no entanto, o Iphan e a concessionária do VLT cederam a apelos do movimento negro e modificaram o projeto de pesquisa na região.

De acordo com o jornal O Globo, o sítio arqueológico não será mais escavado, e o trabalho será limitado à pesquisa e à delimitação do cemitério.

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Em entrevista, a arqueóloga Maria Dulce Gaspar, coordenadora do trabalho, explicou que já haviam sido feitas prospecções anteriores, que detectaram fragmentos de ossos e, portanto, as equipes terão condições de traçar a área do antigo cemitério. O sítio arqueológico deverá ser identifcado com uma marcação feita no piso. As análises laboratoriais de possíveis ossadas não serão mais realizadas.

As obras da nova linha do VLT devem seguir e iniciar operação no fim do ano. A reportagem destaca que a linha sairá da Central do Brasil e atravessará a Avenida Marechal Floriano em direção à Avenida Rio Branco. Ela passará por cima desse sítio arqueológico do século XVIII, onde existiu um cemitério, em frente à igreja de Santa Rita.

Historiadores acreditam que, entre 1722 e 1769, o cemitério funcionou ali, até que o mercado de escravos foi transferido da área urbanizada da cidade para a região do Valongo. Quando o local foi encontrado, lideranças do movimento negro reclamaram de falta de transparência e foi criado um grupo de trabalho, batizado de Comissão Pequena África, da qual participam 16 ONGs e entidades, como Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine) e o Movimento Negro Unificado.

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