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Bond de Sean Connery de 007 era 'basicamente' um estuprador, diz diretor

No longa-metragem de 1965 o personagem de Connery beija uma enfermeira à força. A personagem interpretada por Molly Peters havia rejeitado as investidas do espião

Bond de Sean Connery de 007 era 'basicamente' um estuprador, diz diretor
Notícias ao Minuto Brasil

11:43 - 24/09/21 por Folhapress

Cultura SEAN-CONNERY-007

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O diretor Cary Fukunaga, 44, responsável por comandar o 25º filme de James Bond, "007 - Sem Tempo Para Morrer", afirmou que a versão do espião feita por Sean Connery era "basicamente um estuprador", em entrevista ao site The Hollywood Reporter.

Fukunaga parecia estar se referindo ao filme "007 contra a Chantagem Atômica" (1965). "É em '007 contra a Chantagem Atômica' ou em '007 contra Goldfinger' (1964) que o personagem de Sean Connery basicamente estupra uma mulher?" questiona o diretor.

"Ela fica tipo 'Não, não, não' e ele, 'Sim, sim, sim'. Isso não funcionaria hoje", completa o cineasta. No longa-metragem de 1965 o personagem de Connery beija uma enfermeira à força. A personagem interpretada por Molly Peters havia rejeitado as investidas do espião.

Em uma cena seguinte, Bond ainda diz que manteria segredo sobre informações que poderiam acabar com o emprego da enfermeira se ela dormisse com ele. "Acho que meu silêncio pode ter um preço", diz o personagem.

A enfermeira se afasta e diz: "Você não quis dizer... ah, não", e Bond completa ao responder: "Ah, sim", e a empurra em uma sauna e tira suas roupas. "Você não pode transformar Bond da noite para o dia em uma pessoa diferente. Mas você pode definitivamente mudar o mundo ao seu redor e a maneira como ele deve funcionar nesse mundo", reflete Fukunaga.

"É uma história sobre um homem branco como um espião neste mundo, mas você tem que estar disposto a se inclinar e fazer o trabalho para tornar as personagens femininas mais do que apenas artifícios", completou o diretor.

O próximo filme do espião, que marcará a última vez que o ator Daniel Craig, 53, encarna o papel está sendo considerado como o filme de Bond com maior igualdade de poder entre personagens femininos e masculinos.

A atriz Lashana Lynch, que interpreta uma das personagens femininas principais, supostamente herda a função de 007 de Bond ao final do filme. No entanto, a produtora executiva do filme, Barbara Broccoli, e o próprio Craig, já deram a entender que o papel continuará sendo interpretado por homens.

"Por que uma mulher deveria interpretar James Bond quando deveria haver um papel tão bom quanto James Bond, mas para uma mulher?", disse Craig em entrevista ao Radio Times. Broccoli reafirmou o pensamento em uma entrevista ao The Guardian.

"Ele é um personagem masculino. Ele foi escrito como um homem e acho que provavelmente permanecerá como um homem. E tudo bem. Não temos que transformar personagens masculinos em mulheres. Vamos apenas criar mais personagens femininas e fazer a história se encaixar a essas personagens femininas", completou.

"Sem Tempo para Morrer" deve chegar mundialmente aos cinemas em 30 de setembro. Craig ficou emocionado ao filmar a última cena do longa. O ator falou que muitas das pessoas que estavam nas filmagens trabalharam com ele nos últimos cinco filmes e agradeceu a todos segurando as lágrimas.

Ele disse ainda que sabe que há muita coisa dita sobre o que ele pensa desses filmes ou sobre qualquer um deles. "Eu amei cada segundo desses filmes, e especialmente este porque eu levantei todas as manhãs e tive a chance de trabalhar com vocês. E essa foi uma das maiores honras da minha vida", completou, segurando as lágrimas.

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