Satyros comemoram um ano de filme em cartaz com performance no cinema
'A Filosofia na Alcova', longa baseado em peça da companhia, está há 365 dias em exibição em SP
© André Stefano/Divulgação
Cultura Cinema
Foi com uma performance libidinosa, com direito a nudez dentro do cinema, que o grupo teatral Os Satyros comemorou o fato de o filme "A Filosofia na Alcova", produzido pela companhia, ter ultrapassado um ano em cartaz.
O elenco principal do longa fez uma pequena apresentação de dez minutos no Cine Belas Artes, na região central de São Paulo, incorporando os personagens da trama, antes de começar a sessão, na noite desta segunda (26).
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O ator Felipe Moretti apresentou cada um dos libertinos em cena. Friósi, na pele de uma garota virginal, implorou para que lhes ensinassem "os segredos do amor".
A trama do longa, que toma por base texto do marquês de Sade, deriva da peça homônima encenada pelo grupo desde os anos 1990. Acompanha a iniciação sexual de uma jovem virgem (Friósi), submetida aos desígnios de um grupo de libertinos.
O filme, repleto de nudez e despudoradas cenas de sexo, é ambientado na França pós-revolução. Ali, conceitos como submissão e jogos de poder são revistos sob chave sexual, o que serve de mote para que a obra perpasse episódios de sadomasoquismo e uma imensa orgia.
Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, fundadores da companhia de teatro e diretores da obra, rodaram a trama numa fábrica, que vez as vezes de alcova. A obra também traz cenas na São Paulo de hoje misturadas à ambientação no século 18, o que propõe um diálogo claro entre os dois períodos, sobretudo uma crítica à hipocrisia dos poderosos.
Ao superar as 52 semanas no Belas Artes, "Filosofia" se somou a outros títulos longevos da história desse cinema paulistano. O francês "Medos Privados em Lugares Públicos", de Alain Resnais, é o recordista: permaneceu ali por três anos e meio.
Vem seguido pelo argentino "Relatos Selvagens", de Damián Szifrón, que ficou em cartaz por três anos. Com informações da Folhapress.