PMs fizeram escolta para milícia em confronto que matou inocente
Segundo o relatório da investigação, há indícios de crime e transgressão disciplinar por parte dos PMs que já apoiaram irregularidades de melícias outras vezes, segundo a investigação
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Justiça Inquérito
Inquérito Policial Militar (IPM) concluído na semana passada apontou que policiais militares fizeram escolta para milicianos uma hora e 20 minutos antes de participarem da troca de tiros com traficantes que terminou com a morte de um inocente, em Quintino, Zona Norte do Rio, em agosto de 2015.
Na ocasião, o engenheiro Floriano Fernandes Barbosa Filho, de 49 anos, foi morto após ser atingido na cabeça na sala de sua casa.
De acordo com o Jornal Extra, as imagens das câmeras da viatura usada pelos sargentos Jader Luiz Pio Simões e Josemar Coutinho dos Santos foram anexadas ao inquérito e revelam que o grupo circula a pé pelo bairro com o “apoio” da viatura.
Os integrantes do grupo aparecem em pelo menos sete ocasiões nas imagens a partir do momento em que o grupo deixa a favela. Um dos homens entrega aos policiais salgados e copos de guaraná natural. Durante o tiroteio, os policiais se abrigam atrás da viatura.
Segundo o relatório da investigação, há indícios de crime e transgressão disciplinar por parte dos PMs. As investigações apontaram que não foi a primeira vez que a dupla agiu junta.
Um relato colhido pelo Disque-Denúncia no dia 31 de março de 2015, cinco meses antes do tiroteio, revelou os militares cobravam propina para acobertar as irregularidades das melícias.
Após o tiroteio que terminou com a morte de um inocente, os dois sargentos foram afastados do setor de patrulhamento.