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'Colocam a gente no morro para morrer', denuncia PM

Soldado Michel de Lima Galvão morreu dois anos depois de divulgar vídeo em que denuncia más condições de trabalho nas UPPs

'Colocam a gente no morro para morrer', denuncia PM
Notícias ao Minuto Brasil

19:42 - 22/02/17 por Notícias Ao Minuto

Justiça UPPs

Em uma gravação feita em 2015, o soldado Michel de Lima Galvão denunciou as condições de trabalho nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). À época, ele acusou falta de munição e desvantagem numérica dos oficiais em relação aos traficantes. A declaração: "estão colocando a gente dentro do morro para morrer" se tornou verdade para Galvão na noite da última terça-feira (21).

"Essa guerra não é nossa. Governo falido, projeto falido. Estão colocando a gente dentro do morro para morrer. A favela não é nossa casa. Ser policial não é ser guerrilheiro, não é confrontar em desvantagem numérica, em desvantagem logística, em desvantagem operacional", relatou o PM no áudio.

A autoria da gravação foi confirmada pela irmã do PM, Natália Lima. Ela criticou as manifestações de luto da PM, que postou fitas pretas nas redes sociais.

"Esse luto, com certeza, poderia ter sido evitado. Até quando isso? Quantas famílias irão passar por essa dor de ver uma pessoa que faz parte da sua vida, seu sangue, acabar assim? Eu vi meu irmão naquele saco, e eu só queria trazê-lo para casa comigo. Mas não pude", disse Natália à reportagem do Extra.

Na gravação, Michel conta indignado que três de seus colegas da corporação morreram naquela semana, e outros dois baleados.

A gente tem que ter amor pela nossa vida (...) Não vamos querer dar uma de heróis. Não tem condições. O armamento que a gente pega para subir o morro... Como é que pode? Na quarta-feira, queriam que eu subisse o morro com uma pistola e dois carregadores de 15 tiros. Não tinha munição, não tinha fuzil, não tinha carregador de pistola."

Galvão entrou para a PM em 2014, realizando um sonho.

"Eles não estão nem aí. Eles só dão a ordem, não batem de frente com a sociedade como esses policiais guerreiros", desabafou Natália.

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