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São Gonçalo: jovem é vítima de intolerância religiosa dentro de escola

A adolescente é candomblecista e recebeu ofensas como “gorda macumbeira” e “macumbeiros têm que morrer”

São Gonçalo: jovem é vítima de intolerância religiosa dentro de escola
Notícias ao Minuto Brasil

17:07 - 22/08/17 por Notícias Ao Minuto

Justiça Crime

Uma aluna do 6º ano foi vítima de intolerância religiosa dentro do Colégio Estadual Padre Manuel da Nóbrega, no bairro Brasilândia, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, pois Kethelyn Coelho, de 15 anos, foi alvo de ofensas por parte de outros estudantes em sala de aula.

A adolescente é candomblecista e recebeu ofensas como “gorda macumbeira” e “macumbeiros têm que morrer”. Em seguida, ao responder às agressões, a jovem foi expulsa da sala de aula pela professora. De acordo com o jornal Extra, o caso foi registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São Gonçalo, no último dia 14.

O pai da jovem, o promotor de vendas Leandro Bernardo Coelho, de 35 anos, contou que Kethelyn já vinha sofrendo bullying por causa da religião desde o início do ano, quando se matriculou na unidade

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"Foi um baque quando eu soube que ela estava sofrendo isso desde que entrou na escola. Minha filha, que eu saiba, nunca fez bullying com ninguém. Tive que escutar da boca dela que preferia se matar do que estar estudando, porque não aguenta mais ser chamada de gorda macumbeira. Não sou macumbeiro, porque não toco o instrumento musical chamado macumba. Sou candoblecista, sou espiritualista", desabafa o pai.

A publicação destaca que o pai registrou ocorrência uma semana após o caso e contou que a diretora do colégio só entrou em contato após ser notificada do inquérito policial.

Além disso, na manhã desta terça-feira (22), a família foi recebida pelo secretário estadual de Direitos Humanos, Átila A. Nunes, que ofereceu assistência psicológica, jurídica e social à jovem.

A delegada Débora Ferreira Rodrigues, titular da Deam de São Gonçalo, informou que o caso foi registrado como intolerância religiosa e injúria. O adolescente que foi apontado como autor das ofensas deve ser ouvido, assim como a professora que expulsou a jovem de sala e a diretora da unidade, além da família da vítima. A professora e a diretora poderão responder pelos crimes de intolerância religiosa e injuria, cujas penas somadas poderão chegar a três anos de detenção.

A Secretaria estadual de Educação (Seeduc) divulgou uma nota na qual afirma que abriu sindicância para apurar os fatos e diz que a direção da escola está acompanhando o caso junto à família da aluna. “A Seeduc ressalta que repudia quaisquer formas de preconceito e discriminação e reforça que as unidades da rede estadual desenvolvem várias iniciativas visando ao cumprimento da Lei nº 10.639/03, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira em disciplinas como Arte, Ensino Religioso, História, Sociologia, Língua Portuguesa e Literatura. Além disso, o Projeto de Leitura Escolar ministrado nos colégios estaduais tem como um dos seus eixos temáticos a Pluralidade Cultural”, diz a nota.

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