Descubra os exercícios mais indicados para os cardiopatas
A duração e intensidade dos treinos precisam estar de acordo com o histórico do paciente e devem ser estabelecidas por um médico especializado
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Por mais que a prática diária de exercícios seja boa para controlar o diabetes, níveis de colesterol e triglicérides e prevenir doenças cardíacas, as pessoas que já possuem determinadas cardiopatias devem ficar atentas. A prescrição de exercícios aos cardiopatas precisa ser individualizada, já que alguns tipos de atividade física podem colocar o coração em risco.
Segundo o cardiologista e coordenador do Serviço de Reabilitação Cardíaca, Pulmonar e Metabólica do HCor (Hospital do Coração), Dr. Carlos Hossri, pessoas que já sofreram infarto deveriam realizar atividades físicas regulares o mais rápido possível. Estudos demonstram que, o quanto antes começar um treinamento físico (de preferência um programa supervisionado de reabilitação cardíaca) melhora a saúde e protege o coração. Porém é fundamental o acompanhamento médico para saber se a condição clínica permite a liberação para o treinamento físico.
“Recomendamos alguns exames cardiológicos como o teste ergométrico e o ecocardiograma antes do início do treinamento, com o objetivo de verificar o condicionamento físico e analisar também o funcionamento do coração frente ao esforço. Exercícios fazem parte da boa recuperação, principalmente a caminhada. O aconselhável é realizar pequenas caminhadas diariamente que não levam o coração a bater em um ritmo acelerado. O teste ergométrico poderá fornecer, com maior precisão, a faixa adequada para o treinamento físico dentro de um programa de reabilitação cardiovascular, para não atingir limites de maior instabilidade ao ritmo cardíaco”, alerta Dr. Hossri.
As atividades aeróbicas em geral são ideais para a melhoria da saúde, já que a grande vantagem desses exercícios é a elevação da capacidade cardiorrespiratória. A duração e intensidade dos treinos precisam estar de acordo com o histórico do paciente e devem ser estabelecidas por um médico especializado. “A musculação deverá ser incluída sempre que possível, pois complementará os efeitos benéficos do exercício aeróbico. A associação de exercícios aeróbicos com exercícios de força irão ampliar a força muscular do organismo, bem como a potência do coração”, explica o cardiologista do HCor.
Cardiopatas e exercícios físicos: pessoas com cardiomiopatia hipertrófica (tipo mais comum da doença cardíaca genética que se caracteriza pelo engrossamento do músculo do coração), apresentam forte restrição em relação à prática de atividades esportivas. A doença, que não tem cura, acomete um em cada 500 indivíduos (prevalência de 0,2% da população), e afeta igualmente homens e mulheres, e a sua apresentação pode variar desde a forma assintomática até apresentações mais graves, como a morte súbita.
A hipertrofia dificulta a saída de sangue do coração, forçando-o a trabalhar mais para conseguir fazer o bombeamento adequado. “Neste caso, o ideal é fazer atividades de baixa intensidade, e o médico cardiologista irá determinar o que esse paciente pode ou não fazer, pois até para atividades como pilates, ioga e tai-chi-chuan poderá ter alguma restrição, já que alguns exercícios e posições podem gerar instabilidade elétrica do coração e consequentemente arritmias graves”, esclarece Dr. Hossri.
Principais benefícios da atividade física para os cardiopatas:
- Diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial em repouso;
- Aumento nos níveis do bom colesterol (HDL) e diminuição de triglicerídeos;
- Melhora da capacidade cardiorrespiratória;
- Aumento na quantidade de vasos sanguíneos nos músculos ativos;
- Diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial em exercício de baixa intensidade;
- Diminuição da gordura corporal total e diminuição da gordura visceral (a mais nociva para o coração);
- Melhora dos índices de glicose no sangue (glicemia);
- Melhora a densidade mineral óssea prevenindo a osteoporose;
Eleva a produção de substâncias químicas que combatem a depressão, além de estimularem a regeneração de neurônios e melhorar a memória.
Serviço de Reabilitação Cardíaca, Pulmonar e Metabólica do HCor: estudos científicos têm sido conclusivos em relação aos benefícios do exercício físico regular e dos programas de reabilitação cardiopulmonar e metabólica (RCPM) para indivíduos portadores de distúrbios cardiocirculatórios, respiratórios e metabólicos.
Com o intuito de inserir a prática da atividade física regular para esses indivíduos, visando a redução de novas ocorrências cardíacas, a recuperação e a manutenção da capacidade física do paciente, o HCor desenvolveu um dos mais completos programas de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica.
O programa existe há quase vinte anos no HCor e milhares de pacientes já foram beneficiados por meio dos efeitos positivos da reabilitação. Os exercícios são aplicados por uma equipe de especialistas, em equipamentos modernos, com a disponibilidade de um sistema de monitoramento cardíaco sem fio, a Telemetria Multicanal, que permite controlar à distância as diversas atividades físicas desenvolvidas durante as sessões de reabilitação.
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