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Veja cuidados para reabilitação do paciente pós-AVC

Também conhecido como derrame cerebral, o AVC atinge 17 milhões de pessoas em todo mundo a cada ano

Veja cuidados para reabilitação do paciente pós-AVC
Notícias ao Minuto Brasil

08:20 - 04/10/17 por Notícias Ao Minuto

Lifestyle Saúde

De 5 a 7 de outubro, Salvador (BA) recebe o XI Congresso Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares, no Bahia Othon Palace Hotel, realizado pela Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares e pela Sociedade de Neurologia da Bahia. A reabilitação do paciente acometido por Acidente Vascular Cerebral (AVC) será um dos destaques do evento, por meio do Simpósio “Integração Multidisciplinar na fase aguda e otimização da reabilitação no pós-AVC”, uma vez que das mais 17 milhões de pessoas são atingidas pela doença a cada ano, e em 70% dos casos haverá sequelas funcionais importantes.

No Brasil, o AVC é a segunda principal causa de morte, atrás apenas das doenças cardiovasculares. Segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde (2014), morreram no país mais de 99 mil pessoas. No mesmo período, mais de 180 mil pacientes foram internados para o tratamento do AVC no Sistema Único de Saúde (SUS). A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS)², inquérito epidemiológico de base domiciliar, avaliou o número absoluto estimado de pessoas com AVC e incapacidade por AVC e respectivas prevalências: mais de 2 milhões de pessoas com AVC e 568.000 com incapacidade grave. A prevalência pontual foi 1,6% em homens e 1,4% em mulheres, e a de incapacidade 29,5% em homens e de 21,5% em mulheres.

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Existem dois tipos de AVCs: o hemorrágico, em que ocorre o rompimento de artérias e sangramento no cérebro, e o isquêmico, com o entupimento das artérias, sendo responsável por 80% dos casos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o AVC é a primeira causa de incapacidade funcional no mundo, interferindo nas atividades de locomoção e fala, algumas vezes incapacitando o indivíduo em funções como se vestir e comer sozinho.

Apesar de ter maior incidência entre idosos, pessoas em qualquer idade podem ter um AVC. Atualmente, tem-se observado cada vez mais casos recorrentes em jovens adultos, atribuído a fatores comportamentais nocivos à saúde. Ao mesmo tempo, a grande incidência da doença tem aumentado a urgente necessidade de cuidados adicionais para a reinserção do indivíduo pós-AVC à sociedade.

As recomendações internacionais indicam que o reconhecimento dos sinais do AVC deve ser imediato e assertivo, dada a gravidade das sequelas, que dependerá do tempo de atendimento, que deve ser imediato pois o AVC é emergência médica, dos procedimentos realizados na internação hospitalar e da área do cérebro atingida.

A importância da reabilitação pós AVC

A vida pós-AVC continua e sua qualidade depende diretamente da reabilitação que permitirá ao indivíduo retomar gradativamente suas atividades cotidianas na medida da extensão das suas sequelas. Segundo o neurologista Alexandre Longo, um dos participantes do “Simpósio”, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e da Associação Brasil AVC (ABAVC), a intervenção do paciente deve ser multidisciplinar, formada por neurocirurgiões, neurologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, entre outros.

“A interação entre estes profissionais é muito importante para o paciente, devendo iniciar já na fase aguda nas Unidades de AVC, onde estes pacientes devem ficar internados e continuar após a alta hospitalar”, explica o neurologista.

“O atendimento em Unidade de AVC hospitalar reflete em melhores prognósticos, com melhor progresso na recuperação das sequelas”, ressalta Alexandre Longo. O neurologista afirma ainda que com o tratamento nestas unidades os índices de óbitos e de incapacidade são 20% menores em relação aos pacientes que não receberam o mesmo atendimento.

Sequelas - O indivíduo acometido por um AVC poderá ter sequelas, permanentes ou temporárias de acordo com a sua condição. Do total de pessoas acometidas por um AVC, 70% delas terá alguma sequela, cognitiva, de linguagem e/ou motora.

É frequente o paciente desenvolver espasticidade (comprometimento do tônus muscular e exacerbação dos reflexos de contração à movimentação) dos membros, perda de autonomia e dependência funcional. O comprometimento da função motora prejudica as tarefas de vida diária como alimentação, locomoção, transferência e os cuidados de higiene. Quando não tratada, causa contraturas, rigidez, luxações, dor e deformidades.

O tempo faz a diferença no processo de reabilitação, pois o tratamento iniciado de forma precoce aumenta as chances de recuperação do paciente e melhora de sua qualidade de vida. Isto exige um estabelecimento de processos e maior integração multidisciplinar para encaminhamento do paciente o mais breve possível para a reabilitação.

Cerca de 60% dos pacientes com comprometimento motor, ainda que brando, desenvolverá contração muscular excessiva (denominada espasticidade) no lado afetado no primeiro ano, o que pode levar à dor e posturas anormais com prejuízo na sua funcionalidade e cuidado.

A evolução da reabilitação pós-AVC com a ajuda da toxina botulínica A

Aprovada pela Anvisa para o tratamento de espasticidade desde 1992, a Toxina Botulínica A, indicada para a reabilitação, é injetada diretamente nos músculos afetados pela espasticidade e reduz a contração anormal pelo relaxamento destes músculos que, por sua vez, diminui tanto o tônus muscular quanto a dor associada.

A aplicação intramuscular da Toxina Botulínica A promove o relaxamento das fibras musculares, com consequente minimização das contrações involuntárias e/ou da rigidez excessiva, quando há limitação dos movimentos, principalmente, dos braços e das pernas. O relaxamento dos músculos é necessário para a aquisição de mais mobilidade, fundamental para a melhora da qualidade de vida aos pacientes, a fim de que realizem suas atividades cotidianas.

“A toxina botulínica A é considerada uma das formas de tratamento para a espasticidade após o AVC. Ela atua na redução da dor relacionada à contratura do membro, bem como no seu relaxamento. Isso permite também mais mobilidade para os exercícios indicados pelo fisioterapeuta”, explica o neurologista soteropolitano Waldyr Rodrigues Jr., médico responsável pelo serviço de bloqueio neuromuscular do Hospital São Rafael, em Salvador (BA). Waldyr também participa da mesa de debates sobre a “Integração Multidisciplinar na fase aguda e otimização da reabilitação no pós-AVC”.

No processo de recuperação, os resultados podem ser avaliados com auxílio de ferramentas como a Escala Modificada de Ashworh, a mais citada na literatura para avaliação do tônus muscular. “Esta escala é utilizada para avaliar e controlar os métodos de reabilitação, pois assim pode-se verificar se a intervenção está aumentando ou não o tônus muscular”, conclui o neurologista Waldyr Rodrigues Jr.

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