Grécia tenta travar propagação entre refugiados após caso de infecção
As autoridades sanitárias gregas prosseguiam hoje os esforços para tentar travar a propagação do novo coronavírus no campo de refugiados de Ritsona, perto de Atenas.
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Mundo Covid-19
As autoridades sanitárias gregas prosseguiam hoje os esforços para tentar travar a propagação do novo coronavírus no campo de refugiados de Ritsona, perto de Atenas, onde vive uma migrante que na terça-feira foi diagnosticada com covid-19.
Esta migrante, que foi diagnosticada após ter dado à luz num hospital da capital grega, foi o primeiro caso oficial de infecção pelo novo coronavírus entre os migrantes que vivem em campos de acolhimento de refugiados na Grécia.
Até o momento, todos os testes de rastreio realizados no campo pelas autoridades sanitárias gregas, que incidiram nas pessoas alojadas nos 15 contentores mais próximos do contentor onde vive a migrante doente com covid-19, deram negativo.
A ação no terreno, segundo informaram as autoridades de saúde pública gregas, pretendeu identificar e testar todas as pessoas no campo de acolhimento que nos últimos dias teriam tido contato com a migrante.
Sobre este caso, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou por sua vez, através do seu representante no campo de Ritsona, que a migrante em questão vive num contentor que tem cozinha e banheiro próprio, condições que limitam uma possível transmissão do vírus a outros refugiados ou aos funcionários que trabalham naquele espaço.
Para tentar resolver a atual situação, a OIM anunciou que os espaços comuns utilizados para diversas atividades no campo, que tinham sido encerrados por precaução, serão novamente reabertos e serão utilizados como locais de quarentena caso existam novos contágios.
A par destas ações no campo de refugiados de Ritsona, as autoridades sanitárias gregas também estão monitorando as pessoas que estiveram em contato com a refugiada no hospital em Atenas, uma vez que a origem do contágio ainda não foi esclarecida.
Perante a ameaça de uma possível propagação descontrolada da doença covid-19 nos vários campos de refugiados superlotados que existem na Grécia (tanto no território continental como nas ilhas gregas), onde as condições de vida são precárias e as condições sanitárias são muito débeis, as autoridades europeias e várias organizações humanitárias têm vindo a insistir na necessidade de reduzir a lotação destes centros de acolhimento e de retirar os migrantes considerados como mais vulneráveis.
No campo de Moria, na ilha grega de Lesbos, onde vivem cerca de 20 mil pessoas, "há um chuveiro para cada 200 pessoas e uma torneira com água potável para cada 1.300 pessoas", relatou hoje o diretor da organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras Grécia, Vasilis Stravaridis.
"Com estas condições, não há um plano de gestão em caso de contágio, apenas a esperança de que isso não aconteça", disse o representante.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.
Dos casos de infecção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.