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Generais são condenados a prisão perpétua por tentativa de golpe

Para as Nações Unidas, um "colapso total da ordem pública está iminente" no Burundi, cuja história pós-colonial ficou marcada pelos massacres entre as etnias hutu e tutsi

Generais são condenados a prisão perpétua por tentativa de golpe
Notícias ao Minuto Brasil

18:24 - 15/01/16 por Noticias ao Minuto

Mundo Burundi

O Supremo Tribunal do Burundi condenou hoje a prisão perpétua quatro generais envolvidos numa tentativa de golpe militar, enquanto 17 acusados tiveram penas entre os cinco e os 30 anos e sete foram absolvidos.

Os generais condenados - que o Supremo considerou "planificadores da tentativa de golpe" - são Cyrille Ndayirukiye, Herménégilde Nimenya, Zénon Ndabaneze e Juvénal Niyungeko, todos membros da Comissão de Restauração da Concórdia Nacional (NCRC), criada pelo general Godefroid Nyombare, o líder do golpe, atualmente em fuga.

Nove oficiais do exército e da polícia foram condenados a 30 anos de prisão por "cooperação com o primeiro grupo" na tentativa de golpe de Estado, tendo oito soldados - a maioria motoristas, agentes de transmissão e guarda-costas - sido sentenciados a cinco anos de prisão.

Os outros sete réus foram absolvidos, incluindo o general Prime Ngowenubusa, processado pela Comissão de Restauração da Concórdia Nacional, e o coronel na reserva Jean-Bosco Daradangwa, acusado de trocar e-mails com o general Cyrille Ndayirukiye.

O Ministério Público havia pedido prisão perpétua - a pena máxima no país - para todos os acusados, tendo os réus sido presentes a tribunal para a leitura do veredicto sob apertadas medidas de segurança.

No final de abril passado, o Burundi mergulhou numa grave crise de violência, na sequência do anúncio da candidatura do Presidente, Pierre Nkurunziza, a um terceiro mandato, algo que os seus adversários consideram ser contrário ao disposto na Constituição.

Na esteira do clima de descontentamento, em 13 de maio, depois de mais de duas semanas de protestos contra a candidatura, que foram duramente reprimidos pela polícia, o general Nyombare, ex-chefe dos serviços de inteligência, anunciou a destituição do Presidente.

Após dois dias de incerteza, a tentativa de golpe fracassou e três dos seus orquestradores se renderam, incluindo o general Ndayirukiye, enquanto outros, como o general Nyombare, se puseram em fuga.

O fiasco do golpe e a reeleição de Pierre Nkurunziza, em julho passado, não conseguiram, porém, acalmar os ânimos, com a violência a se intensificar no país e a ONU a denunciar massacres étnicos, valas comuns e violações coletivas pelas forças de segurança.

Para as Nações Unidas, um "colapso total da ordem pública está iminente" no Burundi, cuja história pós-colonial ficou marcada pelos massacres entre as etnias hutu e tutsi.

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