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Aliados de Dilma Rousseff e Michel Temer: guerra de versões em Portugal

No encontro da cúpula da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-América, parlamentares pró e contra o impeachment "lutam" para influenciar as opiniões da comunidade internacional

Aliados de Dilma Rousseff e Michel Temer: guerra 
de versões em Portugal
Notícias ao Minuto Brasil

06:25 - 17/05/16 por Notícias Ao Minuto

Mundo Exterior

Em Lisboa, a

Assembleia de Portugal se transformou,

nesta segunda-feira (16),

em uma tribuna

para que parlamentares brasileiros favoráveis e contra

ao impeachment de Dilma

Rousseff

defendessem suas ideias, para

tentar

influenciar as opiniões da comunidade internacional sobre o processo contra a

petista.

O encontro da

cúpula da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-América (EuroLat),

que ocorre até a quarta-feira (18) na capital portuguesa, reúne cerca de 120 parlamentares europeus e latino-americanos que discutirão, entre outros temas, o processo de paz na Colômbia, a transparência fiscal e a luta contra a fraude (ligada aos

Panama

Papers), os fluxos migratórios e as negociações entre o Mercosul e a União Europeia.

Porém, segundo a BBC Brasil, a

crise política brasileira,

roubou a cena no primeiro dia

das

discussões, abrindo espaço para o "cabo de guerra".

“A comunidade internacional quer falar sobre o Brasil, quer debater e entender o que está acontecendo no nosso País. Nós viemos a Lisboa para explicar a eles, porque sabemos que não é fácil entender esse processo”, disse

o senador

Lindbergh

Farias (PT-RJ), que viajou acompanhado das colegas Vanessa

Grazziotin

(PCdoB-AM),

Gleisi

Hoffmann (PT-PR),

Lídice

da Mata (PSB-BA) e Roberto Requião (PMDB-PR).

O

petista

complementa:

“Não foi por acaso que trouxemos o principal time de defensores da presidente Dilma na comissão do impeachment. Nós temos certeza de que vamos sair de Portugal com uma postura forte da comunidade internacional contra o golpe, e isso será fundamental para reverter a situação atual”.

Os

defensores do afastamento da

petista

também apresentaram aos colegas de outros países seus pontos de vista

para alçar Michel Temer à Presidência da República, mas em menor número.

O senador José Medeiros (PSD-MT) defendeu a legalidade do processo. “Precisamos reforçar fora do Brasil que tudo o que aconteceu nesse processo, desde o começo até agora, está de acordo com a Constituição brasileira”, disse no plenário do fórum latino-americano, que abriu o evento.

“Vim a Portugal porque sabia que a maioria dos parlamentares brasileiros defenderia aqui que o impeachment é um golpe, e todos sabemos que isso não é verdade. Estamos no meio de um processo constitucional que conta com a aprovação da maioria da população e a comunidade internacional tem de saber disso”, afirmou

deputado

Hiran

Gonçalves (PP-RR).

Os aliados de Dilma, que estavam em maior número,

encontraram apoio entre parte dos latino-americanos. “Nós estamos muito preocupados com a situação política do Brasil e reforçamos o nosso posicionamento de não reconhecer o governo de Michel Temer”, declarou

o uruguaio Daniel

Gaggiani.

“Precisamos manifestar nossa apreensão sobre o momento da política brasileira. O mundo todo testemunhou quando um deputado (Jair

Bolsonaro) dedicou seu voto no impeachment ao torturador de Dilma

Rousseff. Esse já é um claro indicativo de que estamos diante de uma questão grave”, argumentou

a parlamentar argentina

Julia

Perié.

No discorrer do evento, o deputado

Hiran

Gonçalves

defendeu que a comunidade internacional mantenha a neutralidade. Por outro lado, os aliados da presidente afastada propuseram, por exemplo, a criação de um Observatório Internacional para acompanhar o processo.

“Será muito importante ter um Observatório acompanhando tudo de perto, até para que a comunidade internacional tenha ciência do que está acontecendo”, justificou

a senadora

Gleisi

Hoffmann.

O senador

Lindbergh

Farias

busca convencer o

governoportuguês

a se posicionar oficialmente contra o impedimento.

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, fará um pronunciamento nesta terça-feira (17) ao lado de Requião, copresidente da

EuroLat.

Presidindo o evento na segunda, o

peemedebista

reafirmou sua posição contra

o impeachment: "Nenhum país reconheceu até agora o governo Temer e isso não é sem motivo. Não podemos usar um instrumento judicial discutível para trocar uma política econômica desenvolvimentista por uma política neoliberal, sem que o povo seja consultado", disse Requião.

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