Coreia do Norte acusa Estados Unidos de 'chantagem nuclear'
Órgão oficial de notícias de Pyongyang afirmou que Coreia do Norte concordou em 'regularizar as comunicações' com a ONU
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A Coreia do Norte acusou neste sábado (9) os Estados Unidos de "chantagem nuclear" durante conversas com um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo a agência de notícias oficial do país.
O diplomata norte-americano Jeffrey Feltman, secretário-geral Adjunto da ONU para Assuntos Políticos, chegou a Pequim depois de uma visita de cinco dias a Pyongyang. Foi a primeira visita de um diploma de assuntos políticos em sete anos, durante a qual manteve reuniões com dirigentes do regime como o ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Ri Yong-ho.
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A visita aconteceu uma semana depois de Pyongyang ter lançado, em 28 de novembro, um míssil balístico intercontinental. Segundo os especialistas, o míssil seria capaz de alcançar o todo o território continental dos Estados Unidos.
"Durante essas conversas, o nosso partido declarou que a política de hostilidade dos Estados Unidos em relação à República Popular da Coreia do Norte e a sua chantagem nuclear são responsáveis pela situação atual na península coreana", disse a agência oficial.
O órgão oficial de notícias de Pyongyang ainda afirmou que durante a visita a República Popular Democrática da Coreia concordou "regularizar as comunicações" com a ONU, "através de visitas em vários níveis".
A agência não mencionou reuniões com o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, que lidera os programas nucleares e balísticos do país. A visita de Feltman acontece depois de os Estados Unidos e a Coreia do Sul terem lançado o seu maior exercício aéreo comum até o momento, em uma demonstração de força à Coreia do Norte.
A agência da Coreia do Norte reiterou neste sábado (9) a posição de Pyongyang de que as manobras regulares na península coreana "revelam a intenção de preparar um ataque nuclear surpresa contra a República Popular da Coreia do Norte".
A Coreia do Norte está sujeita a várias sanções da ONU que visam forçá-la a cumprir as resoluções do Conselho de Segurança que a proíbem de ter atividades nucleares e balísticas.
A China, o principal patrocinador econômico de Pyongyang, diz que as sanções são rigorosamente aplicadas, mas Washington quer aumentar a pressão através de um embargo de petróleo. Já Pequim prefere defender a proposta de uma "dupla moratória" - suspensão simultânea dos testes nucleares de Pyongyang e de manobras militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul - para relançar as negociações. Washington recusa ferozmente esta ideia.
A península coreana "permanece presa em um círculo vicioso de demonstrações de força e confrontações, as perspectivas não são otimistas", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, em longo texto publicado neste sábado (9) no 'site' do Ministério.
"Mas a esperança de paz ainda não desapareceu, a perspectiva de negociações sobrevive e a escolha de uma intervenção militar não pode ser aceita", insistiu o governante chinês segundo o texto, que reproduz um discurso pronunciado em 05 de dezembro em um seminário em Pequim. Com informações da Lusa.