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EUA prometem sanções mais fortes da história contra regime iraniano

A nova estratégia americana em relação ao regime islâmico inclui 12 duras condições de Washington para qualquer novo acordo nuclear

EUA prometem sanções mais fortes da história contra regime iraniano
Notícias ao Minuto Brasil

05:22 - 22/05/18 por Folhapress

Mundo Conflito

Os EUA aumentarão a pressão financeira sobre o Irã com as sanções mais fortes da história, anunciou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, uma semana depois de Washington abandonar o acordo nuclear de 2015 com Teerã.

"Os líderes em Teerã não terão dúvida sobre nossa seriedade", disse Pompeo, em seu primeiro grande discurso sobre política externa desde que deixou a direção da CIA (agência de inteligência) para liderar a diplomacia de seu país.

A nova estratégia americana em relação ao regime islâmico inclui 12 duras condições de Washington para qualquer novo acordo nuclear.

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Entre as demandas estão pôr fim ao programa de mísseis balísticos, encerrar todos os programas de enriquecimento de urânio (até mesmo os para fins pacíficos) e não apoiar grupos como Hamas e Hizbullah.

Segundo Pompeo, a lista de exigências é grande, mas não foi estabelecida pelos EUA. "Foram eles [Irã] que criaram."

"O ferrão das sanções se tornará mais doloroso apenas se o regime não mudar o rumo inaceitável e improdutivo que escolheu para si mesmo e para o povo iraniano", acrescentou, em conferência no centro de estudos conservador Heritage Foundation, em Washington.

"O Irã se verá obrigado a tomar uma decisão: brigar para manter sua economia viva ou continuar desperdiçando preciosas riquezas em disputas no exterior. Não terá recursos para fazer as duas coisas", afirmou Pompeo.

A resposta de Teerã veio logo em seguida. Para o governo iraniano, o discurso do secretário dos Estados Unidos foi uma manobra diversionista.

"Quem são vocês para tomar decisões pelo Irã e pelo mundo?, disse o presidente iraniano, Hassan Rouhani, de acordo com a mídia estatal.

A chancelaria do Irã afirmou, por sua vez, que rejeita "as alegações e mentiras nessa tal nova estratégia" e condena o que considera ser uma interferência do chefe da diplomacia americana em assuntos internos do país persa.

O presidente americano, Donald Trump, considera que o acordo original de 2015 com o Irã, também assinado por Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia, não foi rígido o suficiente em suas exigências para com Teerã e agora quer que os demais signatários apoiem sua estratégia de linha dura.

"Na estratégia que estamos anunciando hoje [segunda-feira], queremos o apoio dos nossos aliados e sócios mais importantes na região e em todo o mundo. Não me refiro apenas aos nossos amigos na Europa", disse Pompeo.

Ele também advertiu que as empresas europeias que venham a manter relações com o Irã, violando sanções dos EUA, serão obrigadas a prestar contas.

A petroleira francesa Total foi uma das que já anunciaram que desistiram dos planos no Irã. Grandes companhias como Daimler, Siemens e Airbus investiram (ou prometeram investir) bilhões no país.

Por enquanto, a União Europeia está tentando convencer o Irã a se manter no acordo de 2015, mesmo sem a participação de Washington.

Em resposta a Pompeo, o chanceler britânico, Boris Johnson, afirmou ter dúvidas sobre o sucesso de um novo acordo liderado pelos EUA.

"Eu não considero que isso seja algo muito fácil de conseguir em um período de tempo relativamente razoável."

As críticas vindas da Europa à decisão de Trump de abandonar o acordo não são novas. A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou na semana passada que a notícia era perturbadora. O presidente do Conselho Europeu (que reúne os chefes de Estado do bloco), Donald Tusk, disse, por sua vez, que, com um amigo como Trump, não era preciso inimigo. Com informações da Folhapress. 

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