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Ícone da luta por direitos da mulher, Simone Veil ingressa no Panteão

Considerada símbolo da emancipação feminina, ela sobreviveu ao Holocausto e foi a primeira mulher a presidir o Parlamento Europeu

Ícone da luta por direitos da mulher, Simone Veil ingressa no Panteão
Notícias ao Minuto Brasil

10:48 - 02/07/18 por ANSA

Mundo Paris

Milhares de franceses comemoram desde ontem (1) a inclusão dos restos mortais de Simone Veil no Panteão de Paris, mausoléu onde estão enterrados ícones franceses. Veil foi a primeira mulher a presidir o Parlamento Europeu, sobrevivente do Holocausto e responsável pela lei que legalizou o aborto na França. Ela se tornou a quinta figura feminina no Panteão.

Após cerimônia realizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, os caixões de Veil e seu marido, cobertos com a bandeira francesa, deixaram o Memorial da Shoah (museu do Holocausto do qual a também ex-ministra foi fundadora e presidente) e foram levados ao Panteão da capital francesa.

"Uma decisão de todos os franceses", definiu Macron durante seu discurso. "A França ama Simone Veil. Ela lutou contra os preconceitos porque sabia o que era a França", afirmou. Entre os mil convidados para o evento, estavam os ex-presidentes franceses Nicolas Sarkozy e François Hollande, além de outros milhares de franceses que se reuniram pelas ruas.

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A homenagem acontece um ano após a morte de Veil, em 30 de junho de 2017, aos 89 anos, e assim, ela se junta às 76 personalidades enterradas no Panteão. Em 1992, quando ainda não tinha nenhuma mulher no monumento, ela criticou: "O fato de não haver nenhuma mulher no Panteão significa negar aquilo que as mulheres ofereceram à pátria no passado. E é quase como negar o que as mulheres oferecem hoje e o que se espera que ofereçam no futuro", dissera.

Veil é lembrada principalmente pela luta pela aprovação de uma legislação que permitisse a interrupção voluntária da gravidez, já em 1975, apesar da oposição da direita no país. De família judia, a feminista sobreviveu aos campos de concentração nazistas, mandada a Auschwitz aos 16 anos, além de ter sido uma grande defensora da Europa, fazendo campanha em 2005 pelo voto a favor da Constituição Europeia.

"Mamãe não teria desejado que sua entrada no Panteão coincidisse com o enterro da Europa", declarou seu filho, Pierre-François Veil, na sexta-feira (29). A homenagem aconteceu em meio à crise migratória na Europa, a tensão na acolhida de migrantes, o enfraquecimento da UE e o Brexit. (ANSA)

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