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Cardeal brasileiro diz que Igreja acoberta abusos desde 1943

João Braz de Aviz disse que Vaticano sabia de casos envolvendo Marcial Maciel

Cardeal brasileiro diz que Igreja acoberta abusos desde 1943
Notícias ao Minuto Brasil

21:12 - 02/01/19 por ansa

Mundo Vaticano

O cardeal brasileiro João Braz de Aviz, da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada, reconheceu que o Vaticano tinha documentos que sustentavam as acusações de pedofilia contra o fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel (1920-2008), desde 1943, mas decidiu ocultá-los. "Tenho a sensação de que as denúncias de abusos vão aumentar, porque estamos apenas no início. Nos escondemos há 70 anos, o que foi um grande erro", disse Braz de Aviz em entrevista à revista católica espanhola "Vida Nueva".

Maciel era amigo de vários Papas e morreu em 2008. Ele chegou a ser investigado entre 1956 e 1959 por suspeitas de pedofilia, mas nunca sofreu nenhuma consequência. "Quem o encobria no Vaticano era uma máfia, não era a Igreja", ressaltou.

Reconhecido pelo papa João Paulo II como apóstolo da juventude durante anos, o fundador dos Legionários de Cristo resistiu a todas as suspeitas e denúncias de abusos sexuais. Somente em 2006 sua influência sofreu um enfraquecimento, quando o Papa Bento XVI assumiu à Igreja e fez uma recomendação para que ele voltasse ao México para se dedicar "à penitência e à oração".

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"O que vem a nós imediatamente tem que ser ouvido. Temos que estar atentos às vítimas e não aos agressores, é isso que o Papa nos pede. A dor daqueles que sofrem esses abusos é enorme e não podemos deixá-lo ir. Nós não podemos encobrir ", acrescentou o brasileiro.

O padre mexicano nunca pediu perdão pelos crimes que cometeu e fez a ordem dos Legionários de Cristo viver um escândalo mundial devido ao seu comportamento. Maciel era acusado de abuso sexual de menores e de manter uma vida dupla, com duas esposas e vários filhos.

Na publicação, Braz de Aviz ainda garantiu que existiram provas sobre a conduta criminosa do fundador dos Legionários de Cristo que nunca foram conhecidas, porque o Vaticano acobertou todas. Com informações da Ansa. 

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