Jornalista presa na Nicarágua diz ter sofrido tortura psicológica
A revelação foi feita por seu irmão, Alejandro Ubau.
© Oswaldo Rivas/Reuters
Mundo Prisão
Presa desde 21 de dezembro por criticar o ditador nicaraguense, Daniel Ortega, a jornalista Lucía Pineda Ubau, da emissora 100% Notícias, passou por sessões de tortura psicológica, nas quais foi interrogada mais de 30 vezes na tentativa de ser persuadida a gravar um vídeo pedindo desculpas ao líder do país.
A revelação foi feita por seu irmão, Alejandro Ubau, que só pôde visitar a irmã nesta terça-feira (22), um mês após sua prisão.
Diretora de imprensa da emissora, Lucía foi levada pelas forças de repressão da ditadura junto com o diretor do canal, Miguel Mora. Ambos estão detidos, ainda sem julgamento, na penitenciária chamada de El Chipote, em celas comuns, com outros presos.
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Alejandro disse que a irmã foi pressionada a gravar a mensagem em que pedia perdão a Ortega e à polícia e que ela "se negou rotundamente a fazê-lo". Por conta disso, passou uma semana em um solitária e agora está em uma cela comum. O irmão acrescentou que ela pediu que se transmitisse "uma mensagem de resistência, fé e de oração por todos os presos políticos desta ditadura".
A Justiça nicaraguense, controlada pelo ditador Ortega, acusa Lucía Pineda Ubau de "provocação e conspiração para cometer atos terroristas, além de incitar ao ódio por razões de discriminação política".
Além dos dois jornalistas, a perseguição política que vêm sofrendo os meios nicaraguenses levou o jornalista Carlos Fernando Chamorro ao exílio, na Costa Rica, além de provocar um corte de papel e de recursos para outros meios. Com informações da Folhapress.