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Mario Vargas Llosa diz que Brasil dá exemplo em combate à corrupção

Na segunda-feira (9), o prêmio Nobel de 2010 participa do Fronteiras do Pensamento

Mario Vargas Llosa diz que Brasil dá exemplo 
em combate à corrupção
Notícias ao Minuto Brasil

18:52 - 07/05/16 por Notícias Ao Minuto

Política Nobel

Com 80 anos, Mario Vargas Llosa não parece desacelerar o ritmo. Mais de 40 obras de ficção e não ficção, peças, livros infantis e inúmeros artigos publicados em jornais de todo o mundo. “Essa é uma maneira de me manter vivo até o final, escrevendo, com projetos, de tal maneira que a morte seja uma surpresa, um acidente”, afirmou o Nobel de 2010 em entrevista concedida nesta sexta-feira (6), por telefone, ao Estadão. Na segunda-feira (9), Llosa participa do Fronteiras do Pensamento.

Como relação ao processo de impeachment da presidente Dilma, o escritor se diz otimista. "No Brasil, há uma espécie de catarse da qual participa uma imensa quantidade de brasileiros que querem uma democracia decente e honrada, e não uma democracia de políticos que aproveitam o poder para enriquecer. O Brasil está dando um exemplo pela maneira radical com que está combatendo e querendo castigar os culpados pela corrupção. Que nas próximas eleições os brasileiros sejam mais lúcidos e não votem novamente em ladrões e escolham políticos honrados", explica o peruano.

Sobre se os partidos de esquerda estão em crise na América Latina, o prêmio Nobel avalia que sim. "Os partidos que antes canalizavam a participação dos cidadãos na vida política se converteram em máquinas eleitorais. Eles precisam se renovar e voltar a ser representativos porque sem eles não há democracia funcional."

Na opinião no prêmio Nobel, é preocupante a candidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, "pois mostra que o populismo pode chegar às sociedades mais avançadas".

Por que acha que os americanos deram essa abertura toda a Trump e fizeram com que sua popularidade crescesse tanto?

"A crise econômica afetou muito os Estados Unidos. Há ressentimento pela queda no padrão de vida, pela falta de emprego. E também por certos mitos, como o do imigrante que vai roubar trabalho e que ele leva violência ao país. Tudo isso é pura fantasia mentirosa que nasce de preconceitos muito enraizados em toda a sociedade contra os estrangeiros. E Trump, em sua campanha, apelou aos piores instintos. Esperemos que a maioria dos norte-americanos não respalde uma candidatura tão demagógica e tão pouco responsável".

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