Shéridan: “A gente sofre hoje consequências da negligência do eleitor”
Relatora na Câmara da proposta que fixa uma cláusula de barreira, a deputada federal do PSDB comentou as mudanças trazidas pela reforma política
© Wilson Dias/Agência Brasil
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Relatora na Câmara da proposta que fixa uma cláusula de barreira, a deputada federal Shéridan (PSDB-RR) comentou as mudanças trazidas pela reforma política, que está em discussão no Congresso Nacional.
Em entrevista ao jornal O Globo desse domingo (20), a tucana afirmou que a refundação dos partidos é importante para restabelecer a comunicação com a sociedade. “A gente sofre hoje as consequências da negligência do eleitor”, disse.
“Boa parte do que a gente está vivendo hoje é consequência do que o sistema oferece, das brechas e das falhas do nosso sistema, trazendo muitas vezes pessoas que não têm representação. Mas também a sociedade brasileira tem que se apropriar da sua responsabilidade para com o futuro do Brasil. Ninguém está aqui à toa, todo mundo entrou pelo voto”, afirmou.
Questionada sobre a pressão de partidos que temem desaparecer com a barreira, Shéridan afirmou que não se deixa abalar com isso. “Os partidos fazem o papel deles, mas hoje temos 35. Tem que ter coerência, representatividade de uma parcela da população. Houve muita reclamação, mas não estou construindo um texto para agradar a ninguém”, declarou.
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Em relação aos partidos que “merecem sobreviver”, a deputada explicou que, no atual sistema, existe um grande número de legendas que valem como verdadeiros balcões de negócio, usufruindo do que tem na legislação para comercialização durante o processo eleitoral.
“Mas há partidos que não têm grande volume de votos ou até de deputados eleitos, como Rede, PSOL e PCdoB, que têm uma luta histórica com o Brasil. É importantíssimo que permaneçam fazendo seu papel”, destacou.
A tucana explicou ainda a diferença entre coligação e federação. “As coligações são formadas exclusivamente para a eleição, enquanto as federações são postas antes da eleição para funcionar durante toda a legislatura, com identidade política semelhante e a condição de (os partidos) terem que trabalhar durante os quatro anos juntos”, ressaltou.