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Advogado de Joesley diz que Janot age com 'falta de lealdade'

Joesley, sócio majoritário da J&F, controlador do frigorífico JBS, e o ex-executivo e lobista do grupo, Ricardo Saud, se entregaram neste domingo (10) na sede da Polícia Federal

Advogado de Joesley diz que Janot age com 'falta de lealdade'
Notícias ao Minuto Brasil

17:40 - 10/09/17 por Folhapress

Política Delação

Recém-contratado pera defender o empresário Joesley Batista, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirmou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, age com "falta de lealdade ao insinuar que o acordo de delação foi descumprido" pelo executivo.

Joesley, sócio majoritário da J&F, controlador do frigorífico JBS, e o ex-executivo e lobista do grupo, Ricardo Saud, se entregaram neste domingo (10) na sede da Polícia Federal em São Paulo após o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizar a prisão temporária de ambos. O pedido foi feito na sexta-feira (8) por Janot.

Em nota, Kakay disse que "os delatores ao assinarem a delação cumpriram rigorosamente tudo o que lhes era imposto". Destacou que Joesley e Saud "prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça".

Considerado um dos principais críticos da delação premiada na advocacia, Kakay afirmou que a prisão "é mais um elemento forte que levará à descrença e à falta de credibilidade do instituto da delação. Sempre ressalto a importância deste instituto, mas é necessário que seja revisto o seu uso".

No comunicado, o advogado diz que houve uma "proposta de quebra unilateral, sem motivo, por parte do Estado, no caso representado pelo procurador-geral", e que isso gera "insegurança geral para todos os delatores".

"Meus clientes agiram com lealdade e continuam à disposição do Poder Judiciário ressaltando a confiança no Supremo Tribunal", diz Kakay.

O criminalista disse que assumiu a defesa do Joesley e de Saud perante o Supremo juntamente com Pierpalo Bottini e outros advogados que já atuavam na causa.

INVESTIGAÇÃO

Na última segunda-feira (4), Janot anunciou a abertura de investigação para apurar possíveis irregularidades nas negociações da colaboração firmada com o Ministério Público.

O centro da crise é uma gravação, datada de 17 de março, em que Joesley e Saud indicam possível atuação do ex-procurador Marcello Miller no acordo de delação quando ainda era procurador -ele deixou o cargo oficialmente em 5 de abril. O áudio foi entregue pelos delatores no dia 31 de agosto.

Para a equipe de Janot, houve patente descumprimento de dois pontos de uma cláusula do acordo de delação que trata de omissão e má-fé, o que justificaria rever os benefícios.

Os três, Joesley, Saud e Miller prestaram depoimentos entre quinta (8) e sexta (9). Janot não se convenceu dos argumentos. Para ele, há indícios fortes de que Miller tenha participado sim da elaboração do acordo de colaboração. Com informações da Folhapress.

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