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EUA ameaçam países que adotem 'taxa Google'

A Espanha e a França querem cobrar impostos das empresas de tecnologia dos Estados Unidos para atuarem em seus países

EUA ameaçam países que adotem 'taxa Google'
Notícias ao Minuto Brasil

11:15 - 31/07/19 por Notícias Ao Minuto

Tech Receita

Os Estados Unidos ameaçaram os países que estão preparando a adoção da chamada "taxa Google" com represálias não definidas, mas alguns países -- como Espanha e França - já garantiram que a medida será implantada.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos enviou um documento para as suas embaixadas em países que se preparam para criar a taxa Google, ordenando que avisem os governos das "represálias" que enfrentam caso avancem com a medida de forma unilateral.

"A Administração Trump não ficará de braços cruzados nem tolerará nenhuma discriminação contra empresas com sede nos Estados Unidos", afirma o documento enviado às embaixadas, citado pelo jornal El Mundo.

A chamada taxa Google - também conhecida como Gafa por visar as empresas Google, Apple, Facebook e Amazon, entre outras tecnológicas norte-americanas -- pretende taxar em 3% as empresas digitais com receitas globais superiores a 750 milhões de euros (aproximadamente R$ 3,5 bilhões) ou ganhos superiores a 50 milhões na Europa.

Estas empresas são acusadas de utilizarem paraísos fiscais para fugir aos impostos na Europa e alguns estudos indicam que a nova taxa pode representar a entrada de 5 bilhões de euros por ano nos cofres da União Europeia.

A medida tem sido discutida em vários Estados da Europa, mas alguns países, como a Alemanha e a Irlanda, consideram que a taxação deve ser feita sobre os lucros das empresas e não sobre as receitas.

No documento enviado aos embaixadores norte-americanos, o Departamento dirigido por Mike Pompeo recorda a existência de um compromisso internacional para negociar um novo regime fiscal no âmbito da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) e defende que nenhum Estado-membro pode atuar por sua conta.

"Se um país age fora do processo em curso na OCDE e impõe unilateralmente um Imposto sobre os Serviços Digitais, os Estados Unidos pensarão seriamente nas represálias a adotar", ameaça.

O documento não adianta quais as possíveis ações de resposta, mas no caso da França -- pioneira da taxa Google -- foi ativado um processo de investigação por Washington que pode conduzir ao aumento das taxas sobre os produtos franceses, entre outras medidas.

O arsenal de represálias a tomar é amplo, avisa Washington no documento enviado às embaixadas.

"Os Estados Unidos analisarão todas as opções legais para responder a qualquer país que adote o Imposto sobre Serviços Digitais com impacto potencialmente discriminatório e tratamento diferente", destaca.

Criticando "alguns governos, especialmente da Europa" por estarem à procura "de impostos desenhados de propósito para as empresas dos Estados Unidos", Washington explica que a resposta será dada "à luz dos acordos e tratados internacionais, incluindo a Organização Internacional do Comércio", mas também da legislação fiscal dos Estados Unidos.

O Governo espanhol garantiu hoje que vai implementar o imposto sobre os gigantes digitais logo que o novo Governo assuma, segundo afirmou hoje a ministra espanhola interina da Economia. "Idealmente, a solução devia ser global porque é um problema global", mas, se não for, "teremos de agir porque o impacto sobre as nossas economias não pode ser menosprezado", disse Nadia Calviño à rádio espanhola Cadena Ser.

Questionada sobre a possibilidade de os Estados Unidos avançarem com sanções, a ministra admitiu ser muito difícil prever as reações dos Estados Unidos, já que o país se rege "por um comportamento errático".

Também a França reagiu hoje de manhã, com o ministro das Finanças assegurando que "não desistirá" da implementação do imposto Gafa, apesar das ameaças de Washington. "A França não cederá à adoção de uma taxa nacional. Foi decidida, foi votada e será aplicada a partir de 2019", sublinhou o ministro Bruno Mayor, que se irá reunir hoje com o seu homólogo norte-americano, Steven Mnuchin, para discutir a questão.

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