Parlamentares vão à PGR contra Bolsonaro por 'apologia à tortura'
Eles foram pessoalmente à PGR entregar as representações
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Política Procedimento
Parlamentares de seis partidos protocolaram, nesta quarta-feira (27), representações na PGR (Procuradoria Geral da República) contra o deputado Jair
Bolsonaro
(PSC-RJ), acusando-o de apologia ao crime e injúria por suas declarações durante a votação do impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
Na ocasião, ao votar pelo impeachment,
Bolsonaro
exaltou o coronel Carlos Alberto Brilhante
Ustra, acusado de torturas, assassinatos e desaparições forçadas durante a ditadura.
Ustra
morreu no ano passado, aos 83 anos, de falência múltipla de órgãos, decorrente de uma pneumonia.
Bolsonaro
dedicou seu voto a
Ustra: "pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante
Ustra, o pavor de Dilma
Rousseff".
A PGR já abriu um procedimento interno para investigar
Bolsonaro, após ter recebido mais de 20 mil manifestações de cidadãos contra o episódio. A medida, porém, ainda não virou um inquérito formal, etapa seguinte de uma investigação criminal.
Os parlamentares foram pessoalmente à PGR entregar as representações. Foram recebidos pelo chefe de gabinete do procurador-geral da República Rodrigo
Janot, Eduardo
Pelella. Uma das representações é assinada pelos líderes do PSOL, PT,
PCdoB, PDT e Rede, além do filho do jornalista assassinado pela ditadura Vladimir Herzog, Ivo Herzog. A outra é de autoria do PPS.
Para os parlamentares, o fato de ter citado que ele foi "o pavor" de Dilma significa que
Bolsonaro
fez referência direta às torturas, fazendo apologia ao crime. "Ele está admitindo que a condição de torturador existe", afirmou o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ).
"Neste caso ele [Bolsonaro] extrapolou todos os limites que são dados pela imunidade parlamentar", disse o líder do PSOL, Ivan Valente.
A reportagem não obteve contato com a assessoria de
Bolsonaro
até as 17h30. Com informações da Folhapress.